Quem são os novos donos da Alphaville, a joia da Gafisa
Saiba mais sobre o fundo de investimento brasileiro Pátria e o gigante Blackstone - e entenda por que a empresa de loteamento foi parar nas mãos deles
Tatiana Vaz
Publicado em 7 de junho de 2013 às 13h43.
São Paulo – O tão aguardado desfecho do destino da Alphaville, considerada a joia da Gafisa por seu potencial de crescimento, foi anunciado hoje: a construtora comprou os 20% de participação remanescente na companhia com ajuda financeira do Pátria Investimentos e Blackstone . Por sua vez, os dois fundos de investimentos ficaram com 70% da empresa de loteamento.
Mas, afinal, quem são os novos donos da Alphaville e o que esperam da companhia?
Para começar, os fundos não são especializados no ramo de construção, nem trabalharão diretamente na Alphaville – a empresa de loteamentos segue gerida pela Gafisa, até segunda ordem. E isso não é nem de longe uma preocupação, já que o foco delas está num nicho um pouco mais amplo: a compra e venda de companhias que tenham tradição e potencial suficiente para multiplicar dinheiro.
Donos do dinheiro
A americana The Blackstone Group é um dos maiores fundos de private equity do mundo, responsável pela gestão de 218 bilhões de dólares em ativos. A companhia é capaz de fazer investimentos tão ambíguos como os 2,7 bilhões de dólares pagos, em 2009, pelos parques temáticos da cervejaria ABInBev, que incluem os três SeaWorld, e a quase compra da Dell por 24 bilhões de dólares, negociada em abril.
Fundada em 1985 por Stephen Schwarzman, presidente da empresa até 2008, o fundo tem sua sede cravada na região Park Avenue, em Manhattan, conhecida por reunir alguns dos maiores do setor no mundo. Conta com 1.800 funcionários em 24 escritórios em vários países, além das 730.000 pessoas empregadas pelas empresas que possui em seu portfólio.
A companhia lucrou 628,3 milhões de dólares, apenas no primeiro trimestre deste ano, 28% mais que o mesmo período do ano passado, resultado da venda de 6 bilhões de dólares em ativos nos primeiro de janeiro a março.
A gigante dos fundos está listada na New York Stock Exchange desde junho de 2007, três anos antes de comprar 40% do brasileiro Pátria, por 200 milhões de dólares. "A partir de agora, nossa vida muda, já que podemos fazer negócios bem maiores usando recursos dos fundos globais do Blackstone", disse Alexandre Saigh, um dos fundadores do Pátria, em uma entrevista na época.
Poder de fogo
Evolução do Grupo Patrimônio que, com a entrada de novos sócios decidiu seguir pelo caminho de fundos de investimento, o brasileiro Pátria Investimentos fez um negócio e tanto ao se aliar ao Blackstone.
Se a companhia estava, antes disso, acostumada a assinar cheques de cerca de 150 milhões de dólares, compatíveis com os fundos de 1 bilhão de dólares até então capturados, com a parceria o poder de fogo do Pátria aumentou - e muito. Para se ter ideia de quanto, a estimativa é que o Blackstone negocie fundos na média de 17 bilhões de dólares.
A sociedade não mudou a independência de operação do Pátria, as duas empresas seguem operando sozinhas. Mesmo porque o sócio americano não conta ainda com uma equipe por aqui - quer dizer, não contava, porque a coisa já começou a mudar.
Há pouco mais de um ano, o Pátria reforçou sua atuação com o Blackstone com a contratação de alguém para buscar negócios conjuntos no Brasil, uma espécie de olheiro das empresas nacionais. Pedro Paulo de Campos, um dos sócios fundadores da empresa de reestruturação Angra Partners foi contratado para o cargo.
Sua missão consiste em fazer análises de companhias dos segmentos considerados chaves, como o de mineração, construção e petróleo, e levá-las para representantes da Blackstone e Pátria, com quem sua relação acaba sendo mais próxima no dia-a-dia.
O processo de venda da empresa de loteamentos Alphaville é um exemplo de como as empresas querem apostar cada vez mais juntas por aqui. A negociação, antecipada pela coluna Primeiro Lugar da revista Exame, envolveu a GP Investimentos em parceria com a Equity International, do investidor americano Sam Zell. Unidas, Blackstone e Pátria levaram a melhor.
Além da Alphaville, o Pátria já realizou investimentos em conjunto com a Blackstone nas empresas Capitale, da área de energia, e Tenco, que desenvolve e gerencia shoppings centers. Esse investimento na Alphaville é o terceiro projeto em que o Pátria co-investe com a Blackstone. Somando os três, já foram cerca de 2,4 bilhões de reais em investimentos conjuntos Pátria-Blackstone.
São Paulo – O tão aguardado desfecho do destino da Alphaville, considerada a joia da Gafisa por seu potencial de crescimento, foi anunciado hoje: a construtora comprou os 20% de participação remanescente na companhia com ajuda financeira do Pátria Investimentos e Blackstone . Por sua vez, os dois fundos de investimentos ficaram com 70% da empresa de loteamento.
Mas, afinal, quem são os novos donos da Alphaville e o que esperam da companhia?
Para começar, os fundos não são especializados no ramo de construção, nem trabalharão diretamente na Alphaville – a empresa de loteamentos segue gerida pela Gafisa, até segunda ordem. E isso não é nem de longe uma preocupação, já que o foco delas está num nicho um pouco mais amplo: a compra e venda de companhias que tenham tradição e potencial suficiente para multiplicar dinheiro.
Donos do dinheiro
A americana The Blackstone Group é um dos maiores fundos de private equity do mundo, responsável pela gestão de 218 bilhões de dólares em ativos. A companhia é capaz de fazer investimentos tão ambíguos como os 2,7 bilhões de dólares pagos, em 2009, pelos parques temáticos da cervejaria ABInBev, que incluem os três SeaWorld, e a quase compra da Dell por 24 bilhões de dólares, negociada em abril.
Fundada em 1985 por Stephen Schwarzman, presidente da empresa até 2008, o fundo tem sua sede cravada na região Park Avenue, em Manhattan, conhecida por reunir alguns dos maiores do setor no mundo. Conta com 1.800 funcionários em 24 escritórios em vários países, além das 730.000 pessoas empregadas pelas empresas que possui em seu portfólio.
A companhia lucrou 628,3 milhões de dólares, apenas no primeiro trimestre deste ano, 28% mais que o mesmo período do ano passado, resultado da venda de 6 bilhões de dólares em ativos nos primeiro de janeiro a março.
A gigante dos fundos está listada na New York Stock Exchange desde junho de 2007, três anos antes de comprar 40% do brasileiro Pátria, por 200 milhões de dólares. "A partir de agora, nossa vida muda, já que podemos fazer negócios bem maiores usando recursos dos fundos globais do Blackstone", disse Alexandre Saigh, um dos fundadores do Pátria, em uma entrevista na época.
Poder de fogo
Evolução do Grupo Patrimônio que, com a entrada de novos sócios decidiu seguir pelo caminho de fundos de investimento, o brasileiro Pátria Investimentos fez um negócio e tanto ao se aliar ao Blackstone.
Se a companhia estava, antes disso, acostumada a assinar cheques de cerca de 150 milhões de dólares, compatíveis com os fundos de 1 bilhão de dólares até então capturados, com a parceria o poder de fogo do Pátria aumentou - e muito. Para se ter ideia de quanto, a estimativa é que o Blackstone negocie fundos na média de 17 bilhões de dólares.
A sociedade não mudou a independência de operação do Pátria, as duas empresas seguem operando sozinhas. Mesmo porque o sócio americano não conta ainda com uma equipe por aqui - quer dizer, não contava, porque a coisa já começou a mudar.
Há pouco mais de um ano, o Pátria reforçou sua atuação com o Blackstone com a contratação de alguém para buscar negócios conjuntos no Brasil, uma espécie de olheiro das empresas nacionais. Pedro Paulo de Campos, um dos sócios fundadores da empresa de reestruturação Angra Partners foi contratado para o cargo.
Sua missão consiste em fazer análises de companhias dos segmentos considerados chaves, como o de mineração, construção e petróleo, e levá-las para representantes da Blackstone e Pátria, com quem sua relação acaba sendo mais próxima no dia-a-dia.
O processo de venda da empresa de loteamentos Alphaville é um exemplo de como as empresas querem apostar cada vez mais juntas por aqui. A negociação, antecipada pela coluna Primeiro Lugar da revista Exame, envolveu a GP Investimentos em parceria com a Equity International, do investidor americano Sam Zell. Unidas, Blackstone e Pátria levaram a melhor.
Além da Alphaville, o Pátria já realizou investimentos em conjunto com a Blackstone nas empresas Capitale, da área de energia, e Tenco, que desenvolve e gerencia shoppings centers. Esse investimento na Alphaville é o terceiro projeto em que o Pátria co-investe com a Blackstone. Somando os três, já foram cerca de 2,4 bilhões de reais em investimentos conjuntos Pátria-Blackstone.