Negócios

Quebec e Reino Unido ameaçam retaliar por tarifas à Bombardier

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos impôs na terça-feira tarifas compensatórias preliminares contra subsídios nos jatos

Bombardier: as ações da Bombardier abriram em queda de 14% em Toronto (Germano Lüders/Exame)

Bombardier: as ações da Bombardier abriram em queda de 14% em Toronto (Germano Lüders/Exame)

R

Reuters

Publicado em 27 de setembro de 2017 às 18h44.

Montreal - A Grã-Bretanha e a província canadense do Quebec reagiram com indignação na quarta-feira às rígidas tarifas impostas pelos Estados Unidos aos jatos CSeries da Bombardier Inc. e levantaram a possibilidade de retaliação, enquanto as ações e os títulos da fabricante de aeronaves recuavam.

O Departamento de Comércio dos Estados Unidos impôs na terça-feira tarifas compensatórias preliminares contra subsídios nos jatos, depois que a norte-americana Boeing Co abriu uma disputa comercial acusando o Canadá de subsidiar injustamente os jatos da Bombardier.

As ações da Bombardier abriram em queda de 14 por cento em Toronto, mas recuperaram terreno e eram negociadas em queda de 8 por cento nesta tarde. Muitos dos títulos de sua dívida recuavam com força, ampliando a queda registrada no início da semana, de acordo com dados de MarketAxess.

A empresa também perdeu um negócio ferroviário importante com a Siemens AG na terça-feira.

"A Boeing pode ter ganho uma batalha, mas, deixe-me dizer-lhe, a guerra está longe de terminar. E vamos ganhar", disse o premiê do Quebec, Philippe Couillard, a repórteres, descrevendo as tarifas como um ataque.

Couillard pediu para o governo canadense assegurar que "não seja permitido um parafuso, nem uma parte, nem um avião da Boeing" no Canadá até que a disputa tenha sido resolvida.

O primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, diz que não vai levar adiante os planos de comprar 18 jatos F-18 Super Hornet da Boeing, a menos que a disputa comercial seja abandonada.

A Grã-Bretanha disse à Boeing na quarta-feira que a empresa pode perder os contratos de defesa britânicos por causa da disputa. A primeira-ministra britânica, Theresa May, disse em um tuíte que estava "amargamente desapontada" com a decisão.

A Boeing entrou com a queixa contra a Bombardier em abril,alegando que a canadense vendeu jatos abaixo do preço de custo no mercado norte-americano quando fechou um acordo para 75 aviões CSeries com Delta Air Lines Inc .

O CEO da Delta disse que o questionamento da Boeing é "absurdo" e previu que as tarifas não serão permanentes quando o Departamento de Comércio chegar a uma decisão final no próximo ano.

O governo de Quebec adquiriu uma participação de 1 bilhão de dólares nos jatos CSeries da Bombardier. Mas Couillard disse na quarta-feira que a empresa não recebeu "nem um centavo" em subsídios do governo.

A Bombardier é a principal concorrente da Embraer no mercado de jatos regionais.

Acompanhe tudo sobre:BombardierCanadáEstados Unidos (EUA)Reino Unido

Mais de Negócios

Black Friday tem maquininha com 88% de desconto e cashback na contratação de serviços

Início humilde, fortuna bilionária: o primeiro emprego dos mais ricos do mundo

A Lego tinha uma dívida de US$ 238 milhões – mas fugiu da falência com apenas uma nova estratégia

Jovens de 20 anos pegaram US$ 9 mil dos pais para abrir uma startup — agora ela gera US$ 1 milhão