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Proteste constata adulteração em sete marcas de azeite

Segundo a entidade, algumas das marcas chegaram a ser consideradas impróprias para consumo in natura

Azeite: instrução é que os consumidores evitem adquirir os produtos reprovados (dulezidar/Thinkstock)

Azeite: instrução é que os consumidores evitem adquirir os produtos reprovados (dulezidar/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de março de 2017 às 10h10.

Última atualização em 23 de março de 2017 às 12h23.

São Paulo - Na semana em que os consumidores ainda estão confusos em relação à qualidade da carne brasileira, um novo teste da associação Proteste constatou adulteração em diversas marcas de azeite de oliva, algumas delas consideradas impróprias para consumo in natura.

De acordo com a entidade, de 24 marcas avaliadas, sete apresentam fraudes por conterem misturas de óleos vegetais e animais. "São produtos não indicados para o consumo, por exemplo, na salada ou no pão", afirma o diretor da Proteste, Henrique Lian. Uma das marcas não é extra virgem, embora a informação conste no rótulo.

As marcas adulteradas, segundo a entidade, são Tradição, Figueira de Foz, Torre de Quintela, Pramesa e Lisboa, todos importados e boa parte delas envasadas no Brasil. Duas outras marcas têm liminares da Justiça impedindo a divulgação de seus nomes.

"Não dá para saber se a fraude vem da origem ou se ocorreu no processo de envasamento", informa Lian. Segundo ele, o teste foi feito em laboratório de Portugal, credenciado pelo Ministério da Agricultura e pelo Conselho Oleícola Internacional (COI). As marcas escolhidas são as mais vendidas no mercado.

Essa é a sexta edição da avaliação. As anteriores ocorreram em 2002, 2007, 2009, 2013 e 2016. Alguns dos produtos, como o Tradição, o Pramesa e o Figueira da Foz são reincidentes na reprovação.

Lian explica que o Ministério da Agricultura já emitiu multas a produtores ou importadores de produtos adulterados, mas problemas persistem.

"O Ministério refaz os testes e, muitas vezes, quando confirma o problema e pede a retirada do lote, o produto já foi vendido", diz o diretor da Proteste, organização não governamental que promove avaliação de vários produtos, inclusive de automóveis, no quesito segurança.

Avanço

Lian ressalta que houve melhora em relação ao teste de 2016. No ano passado, de 20 marcas avaliadas, oito foram reprovadas, sendo quatro por fraudes na fórmula e quatro classificadas erroneamente, já que eram apenas virgens (e não extra virgem, que é o azeite feito com o esmagamento de azeitonas a frio).

Foram considerados de excelente qualidade os azeites O-live, Andorinha e Carbonell. Na lista de produtos com qualidade e melhor custo benefício estão O-live, Carrefour Portugal, Qualitá e Filippo Berio.

Também foram aprovados no teste os azeites Borges, Cardeal, Cocinero, Gallo, La Española, La Violetera, Taeq, Serrata, Renata e Broto Legal Báltico.

Em nota, a empresa Olivenza, envasadora do azeite Torre de Quintela, informou que irá "analisar o lote deste produto e verificar o ocorrido".

A empresa informa ainda já estar trabalhando para que este tipo de imprevisto não ocorra e que vai se adequar à legislação brasileira "afim de oferecer um produto de qualidade."

Representantes do Tradição, Figueira de Foz, Pramesa, Lisboa e Beirão não foram localizados pela reportagem.

Boicote

Como há muita burocracia no procedimento adotado pelo Ministério para comprovar as fraudes, Lian sugere aos consumidores ficarem atentos aos testes e a "boicotarem os produtos reprovados". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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