Produção maior e alta do petróleo sustentam lucro da Petrobras
Estatal divulgou ganho líquido de 7,7 bilhões de reais no primeiro trimestre
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.
São Paulo - A Petrobras encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido consolidado de 7,73 bilhões de reais. A cifra é 23% superior à do mesmo período do ano passado. Em teleconferência com jornalistas, o diretor financeiro e de relações com investidores, Almir Barbassa, atribuiu os resultados ao aumento da produção e das vendas, e à alta do preço médio do petróleo ( leia a cobertura do evento ). "Os resultados refletem o crescimento da economia", afirmou. A margem operacional da empresa, no primeiro trimestre, ficou em 23%, e a margem líquida, em 15%.
Quando decomposto, o lucro líquido apresenta maior contribuição do segmento de exploração e petróleo. Essa área aportou 7,312 bilhões de reais para os resultados. Isso representa 192% mais que os 2,501 bilhões de reais gerados no início de 2009. Em seguida, vêm as atividades de abastecimento, com 1,116 bilhão de reais. Nesse segmento, houve queda de 76% na contribuição. Já outros segmentos responderam por 1,132 bilhão, revertendo as perdas de 253 milhões reportadas na comparação. Segundo comunicado da empresa, a soma dos valores por segmento é maior que o lucro líquido consolidado, porque envolve transações inter-segmentos que são eliminadas no cálculo final.
A Petrobras investiu 17,753 bilhões de reais no primeiro trimestre, cifra 23% maior que a do mesmo período do ano passado. Do total, 53% foram para a área de exploração e produção; 31% seguiram para abastecimento. Em sua maioria, as inversões foram sustentadas por recursos próprios. A geração de caixa da empresa, medida pelo ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) atingiu 15,1 bilhões de reais no final de março - 12% a mais que na comparação.
Capitalização
A expansão do ebitda não elimina a necessidade de capitalizar a empresa, segundo Barbassa. "Temos um plano de investimentos de 88 bilhões de reais para este ano, e precisamos da capitalização", disse. Segundo o executivo, a Petrobras teria condições de bancar esses projetos buscando financiamento no mercado - o que aumentaria sua dívida. "Mas não é esse o caminho mais sensato para a gestão financeira da Petrobras", afirmou.
Barbassa observou que o grau de alavancagem da empresa, hoje, é de 32%. A meta da direção é que o número esteja entre 25% e 35%. O executivo procurou minimizar o fato de que a Petrobras está perto de seu limite de endividamento, quando se compara a atual alavancagem com o teto da meta. "Estamos num ponto ótimo".
Diante da lentidão com que caminha a capitalização da empresa, cresce no mercado a avaliação de que a Petrobras poderia partir para um plano B. Nesse cenário, a empresa lançaria ações no mercado para se capitalizar. Barbassa afirmou que a alternativa é viável, pois bastaria seguir a Lei das SA, mas reiterou que o foco é a capitalização com cessão onerosa em discussão no governo. A expectativa, segundo o diretor da estatal, é que a operação seja realizada até julho. "Nossa meta é promover a capitalização antes das férias dos investidores no hemisfério norte".
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