Negócios

Procuradores panamenhos buscam dados sobre propinas da Odebrecht

"Equipe de procuradores viaja aos EUA para obter detalhes de supostos atos de subornos", informou MP do Panamá

Odebrecht: a procuradoria lembrou que em janeiro, agosto e setembro solicitou assistência judicial ao Brasil (Vanderlei Almeida/AFP)

Odebrecht: a procuradoria lembrou que em janeiro, agosto e setembro solicitou assistência judicial ao Brasil (Vanderlei Almeida/AFP)

E

EFE

Publicado em 27 de dezembro de 2016 às 15h26.

Cidade do Panamá - Uma equipe de procuradores do Panamá viajou nesta terça-feira aos Estados Unidos para obter informações sobre o suposto pagamento de propinas no país centro-americano, entre 2009 e 2014, por parte da Odebrecht, como indicou um relatório do Departamento de Justiça americano.

"Equipe de procuradores viaja aos EUA para obter detalhes de supostos atos de subornos e utilização de instituições financeiras no Panamá", informou sem mais detalhes o Ministério Público panamenho no Twitter.

A procuradoria lembrou que em janeiro, agosto e setembro solicitou assistência judicial ao Brasil relacionada a supostos casos de corrupção envolvendo a empresa.

De acordo com o relatório americano, que não divulga nomes de envolvidos ou os projetos, a construtora brasileira desembolsou no Panamá US$ 59 milhões em propinas entre 2009 e 2014, anos em que o país foi governado por Ricardo Martinelli, e que deste montante US$ 6 milhões foram recebidos por "dois parentes próximos de um funcionário do alto escalão do governo".

A imprensa local vinculou essa denúncia aos filhos de Martinelli, ao afirmar que o MP panamenho trabalha em uma assistência judicial solicitada pela Suíça por possíveis atos de suborno que os envolvem, dentro de uma investigação sobre a Odebrecht no país europeu.

"Rejeitamos o início das campanhas midiáticas que buscam a base de publicações, sem fundamento, de nos envolver com uma suposta propina de US$ 6 milhões", disseram Ricardo e Luis Enrique Martinelli Linares, os filhos do ex-presidente panamenho, em comunicado divulgado na segunda-feira por seu pai no Twitter.

Martinelli está nos Estados Unidos e tem contra si uma ordem de prisão expedida pelo Supremo Tribunal do Panamá por um caso de escutas ilegais. Alvo de outras cinco causas penais na mesma corte, ele alega ser vítima de "perseguição política".

O atual governo panamenho, presidido por Juan Carlos Varela, manifestou na semana passada seu "total apoio" às investigações do Ministério Público "para que se processe e se sancione as empresas e as pessoas envolvidas nestes atos".

A Odebrecht está envolvida em grandes projetos de infraestrutura no Panamá, como a Linha 2 do metrô da capital, com um contrato de mais de US$ 1,8 bilhão, a renovação da cidade de Colón (US$ 537 milhões) e a ampliação do aeroporto de Tocumen (US$ 800 milhões), de acordo com dados oficiais.

A Câmara de Comércio, Indústria e Agricultura do Panamá (CCIAP), disse que a Odebrecht não deve participar "de novas licitações" no país até que que tenha ressarcido o Estado, mas ressaltou que "é importante separar os temas" e que "as obras já iniciadas devem ser concluídas sem atrasos ou custos excedentes".

Acompanhe tudo sobre:Novonor (ex-Odebrecht)Panamá

Mais de Negócios

Após cair 10% em maio, PMEs gaúchas voltam a crescer em junho e começam a se recuperar da enchente

Na febre das corridas de ruas, ele faz R$ 4,5 milhões com corridas em shoppings e até em aeroportos

Metodologia: como o ranking Negócios em Expansão classifica as empresas vencedoras

Cacau Show, Chilli Beans e mais: 10 franquias no modelo de contêiner a partir de R$ 30 mil

Mais na Exame