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“Priorizamos saúde financeira”, diz CEO da Ford sobre perda de mercado

A montadora, que historicamente detém o título de quarta maior do país, perdeu duas posições no ranking de participação das vendas de automóveis

Lyle Watters, presidente da Ford América do Sul: opção por rentabilidade (Ford/Divulgação)
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Juliana Estigarribia

Publicado em 1 de dezembro de 2020 às 16h54.

Última atualização em 1 de dezembro de 2020 às 17h09.

No ano em que as vendas da indústria automotiva despencaram quase 40%, as montadoras têm a difícil decisão de optar por volumes ou rentabilidade. Neste cenário, a Ford afirma que vai continuar perseguindo saúde financeira.

Nos últimos dois anos, a montadora perdeu o posto de quarta maior em vendas de automóveis do país, figurando agora na sexta posição, segundo ranking da Fenabrave. Na pandemia, o mercado automotivo acabou ganhando uma nova configuração, com algumas marcas apostando mais na chamada venda direta (para frotistas) e outras concentrando mais esforços no varejo.

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Para Lyle Watters, presidente da montadora na América do Sul, m arket share não é o único parâmetro de negócios. "Num ambiente tão crítico como o que estamos vivendo, há muita pressão de custos. Priorizamos saúde financeira. Se para isso tivermos que abrir mão de parte da nossa participação de mercado, essa é uma decisão consciente."

O executivo explica que, durante a pandemia, as moedas locais ficaram desvalorizadas ao redor do mundo, o que causou uma enorme pressão nos custos. "No Brasil, autilização da capacidade da indústria automotiva está em cerca de 40%. A liquidez financeira é fundamental para a Ford e para todas as empresas."

Essa também é a avaliação de Carlos Zarlenga, presidente da General Motors América do Sul, atual líder do mercado brasileiro. Em entrevista recente à EXAME, o executivo afirmou que neste momento, de baixa demanda e alto nível de ociosidade na indústria, a forte atuação na venda direta significa perda de rentabilidade. “Quem estiver vendendo muito a frotistas está comprando market share ", disse na ocasião.

Para o presidente da Ford, os níveis de produção da indústria brasileira só devem ter uma recuperação a partir de 2023. Para o ano que vem, a montadora trabalha com um mercado de 2,5 milhões de unidades no Brasil, frente aos 2 milhões estimados para 2020.

Watters disse ainda que a montadora está monitorando os acontecimentos relativos a uma segunda onda de contaminação por covid-19 nos Estados Unidos e na Europa. "Vamos continuar adotando medidas preventivas e precisamos manter a disciplina. Não podemos baixar a guarda."

Nesta terça-feira, 01, a Ford anunciou um investimento superior a 580 milhões de dólares na fábrica de General Pacheco, na Argentina, para a linha da picape média Ranger, que é exportada inclusive para o Brasil.

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