GM perde participação e topo do mercado automotivo tem nova configuração
Enquanto a montadora americana trava disputa com a rival alemã, a Hyundai sobe na briga pelo pódio
Modo escuro
Linha de montagem: dança das cadeiras no ranking de vendas (Germano Lüders/Exame)
Publicado em 16 de setembro de 2020, 06h00.
Última atualização em 16 de setembro de 2020, 20h22.
A configuração do mercado automotivo brasileiro está mudando. A General Motors, que lidera as vendas há mais de quatro anos com o compacto Onix, está perdendo participação, principalmente para a Volkswagen, que agora encostou na americana com uma diferença de apenas 0,1% de market share. E enquanto as duas travam uma disputa pela liderança, também há mudanças no resto do pódio, com a Hyundai ganhando espaço.
Em julho deste ano, a Volkswagen quebrou a hegemonia da GM de quase 60 meses consecutivos de liderança -- 57 mais precisamente -- ao emplacar o SUV T-Cross como o veículo mais vendido do mercado brasileiro no mês.
No acumulado de 2020, a americana mantém a liderança em automóveis e comerciais leves, mas com uma vantagem de apenas 0,13% sobre a alemã, segundo a Fenabrave. Há um ano, essa diferença era de 2,46% (sobre uma base maior).
Com a queda expressiva dos emplacamentos neste ano, em torno de 35%, a disputa por mercado se intensificou e cresceu principalmente no segmento de empresas e frotistas -- a chamada venda direta. A negociação com locadoras, que puxaram as compras na área, vem crescendo e nenhuma montadora tem ficado de fora. Em algumas delas, a venda direta chega a 50% do total.
Pódio
Logo depois da Volkswagen, a Fiat ocupa "tranquilamente" o terceiro lugar no ranking de participação de mercado, com cerca de 15% de market share. Em 2019, foi o primeiro ano em seis que a marca italiana avançou em participação no Brasil. A montadora figurou como líder no país por 13 anos consecutivos até 2014.
Hyundai, Ford, Toyota e Renault disputam as próximas colocações do ranking, respectivamente, com ligeira vantagem da sul-coreana, que em um ano tirou a francesa do posto de quarta maior montadora do país. Mérito do compacto HB20, que é vice-líder em emplacamentos.
Há apenas um ano, a Renault ocupava a quarta colocação no ranking de market share no país, seguida da Ford e da Toyota. A Hyundai era a sétima colocada.
No entanto, o bom desempenho do HB20 pode não ser suficiente para segurar a concorrência. A Ford, que vem logo em seguida no ranking de market share, tem na força do compacto Ka o seu trunfo para subir e recuperar seu posto de quarta maior montadora do país, perdido já há alguns anos.
Já a Renault vem travando uma disputa com a Toyota, após alguns anos de lugar seguro com inúmeros modelos de boa performance, como os compactos Sandero e Kwid, além dos SUVs Duster e Captur. Mas além do avanço da concorrência, os problemas enfrentados pelo grupo globalmente trazem um desafio adicional para a companhia lidar.
Faltam quatro meses para o encerramento do ano e a tendência é que a disputa se mantenha acirrada. "Agora, a liderança do mercado vai depender da estratégia de cada empresa, incluindo venda direta, descontos e disponibilidade de amplo portfólio nas concessionárias", diz Murilo Briganti, diretor de produto da Bright Consulting consultoria especializada.
Mais lidas em Negócios
Últimas Notícias
Brands
Uma palavra dos nossos parceiros
Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.
leia mais