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Costa do Sauípe ganha nova chance para dar lucro

Resort mais antigo do país será relançado pela Previ com investimentos de R$ 30 milhões

Costa do Saípe: intenção é fazer com que mudanças elevem taxa de ocupação dos hotéis

Costa do Saípe: intenção é fazer com que mudanças elevem taxa de ocupação dos hotéis

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 9 de julho de 2012 às 20h16.

São Paulo – A Previ, fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil, decidiu dar uma nova chance para o megacomplexo hoteleiro da Costa do Sauípe, instalado no sul da Bahia. O resort recebeu mais 30 milhões de reais para investir, com o objetivo de ser relançado. A campanha de divulgação deve começar em junho, um mês antes da conclusão das obras, iniciadas em novembro. Nesta quarta-feira (19/5), a Previ detalhou os planos para, finalmente, estancar as perdas de um de seus maiores investimentos -- e, também, um de seus maiores fracassos até agora.

"Com os investimentos, o Sauípe deve voltar ao azul em um ano", afirmou Ivan Chara, representante da Previ no conselho de administração do complexo. Se a previsão for cumprida, será um feito e tanto. Inaugurado em 2000 com ares de projeto-celebridade, o complexo nunca apresentou um ano de lucro em toda a sua existência. No ano passado, por exemplo, fechou com um prejuízo de 32 milhões de reais. Desde a inauguração, a Previ investiu 1 bilhão de reais nos resorts, sem ver o retorno.

O fundo do BB canalizou os 30 milhões de reais para a reforma dos hotéis e áreas comuns, expansão de restaurantes, criação de novos espaços, recuperação de centros esportivos e de lazer, treinamento e capacitação de pessoal. Desse total, 3 milhões serão destinados à campanha de marketing do novo Costa do Sauípe, para atrair brasileiros de classes A e B, famílias estrangeiras e empresas que queiram promover eventos no local. 


Em busca de hóspedes

As mudanças incluem um espaço exclusivo para as crianças, a revitalização da Vila Nova da Praia, que simula uma vila baiana e onde se encontram as pousadas mais modestas do complexo, além da criação de um espaço para eventos corporativos e esportivos. "São maneiras de atrair diversos públicos para o Sauípe também na baixa temporada", afirmou Eduardo Giestas, presidente do empreendimento.

Com o reposicionamento das marcas e a reestruturação dos hotéis, a intenção da Previ é voltar a obter uma receita ao menos equilibrada ainda este ano. "Nossa taxa de ocupação média nos últimos anos tem sido de 35% e queremos elevá-la para 45% em um ano", disse Giestas.

Valorização do ativo

O relançamento indica uma nova postura de gestão da Previ em relação ao Sauípe. Depois de tentar vender o empreendimento e não atingir o preço almejado, a direção da Previ decidiu, no início de 2009, remodelar o modelo de negócios adotado até então no empreendimento para, assim, voltar a aumentar a receita.

De lá para cá, toda a direção do resort foi trocado. "O ativo estava sendo mal administrado", afirmou Chara. "A idéia agora não é mais vendê-lo, e sim explorar melhor o potencial de negócios".

Dentro da nova estrutura do Costa do Sauípe, as bandeiras dos hotéis não serão mais administradas individualmente. Os cinco hotéis do complexo farão agora parte de uma única bandeira e seguirão o mesmo padrão internacional de qualidade. "Antes, os hotéis competiam entre si na disputa por hóspedes", explicou Chara. "Agora todos os clientes usufruirão das mesmas áreas comuns e terão um atendimento similar em qualquer hotel do complexo".

Há tempos o mercado conhece as dificuldades da Previ em resgatar o Sauípe. As sucessivas tentativas de torná-lo lucrativo são olhadas com ceticismo por parte dos especialistas. O desconforto com o assunto é tanto, que pode ser visto em sutilezas. A coletiva de imprensa de hoje, por exemplo, foi conduzida pela jornalista Cristiane Pelajo, contratada pelo evento. Coube a ela questionar, na maior parte da coletiva, os representantes da Previ. Os demais jornalistas só puderam apresentar suas questões depois -- e em pouco tempo. Não faltavam questões sobre a capacidade de o Sauípe sair do atoleiro desta vez. Mas o procedimento da coletiva pode ser um sinal de que a Previ não desejava se estender muito sobre as respostas.


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