São Paulo, 7 de outubro (Portal EXAME) O Opportunity foi destituído da gestão do fundo Citigroup Venture Capital (CVC), que administra ativos na Brasil Telecom, Telemig Celular e Amazônia Celular. Os cotistas do fundo votaram pela saída do Opportunity numa Assembléia Geral Ordinária, na noite de segunda-feira (6/10). Assume sua posição o Banco do Brasil Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários (BB-DTVM). O Opportunity deve recorrer da decisão ainda nesta terça-feira (7/10).

Fazem parte do CVC o Previ (fundo de pensão do BB), o BNDESPar, a Sistel, entre outros fundos. Previ e BNDESPar fundos do governo pediam a saída do Opportunity da gestão do CVC há algum tempo. A alegação é quebra de dever fiduciário, ou seja, ele não traria aos cotistas a rentabilidade que esperavam.

O Opportunity seguirá tendo o controle da Brasil Telecom, como administrador de um outro grupo de fundos, a Solpart Participações, que controla a holding Brasil Telecom S.A. O Opportunity e os fundos nacionais são sócios da Solpart, que ainda conta com a participação da Telecom Itália.

Não é a primeira vez que o Opportunity entra em conflito com os fundos. Grupos como o CVC e a Solpart foram formados para participar dos leilões de privatização da Telebrás, em 1998. De lá para cá, as disputas entre Daniel Dantas e os fundos brasileiros foram recorrentes Dantas é acusado por seus ex-parceiros do CVC de manipular as regras a seu favor e de tomar o controle das operações de telefonia sem ter investido no negócio.

A posição do atual governo a respeito da sociedade com o Opportunity ficou clara no último mês, quando o presidente mundial da Telecom Itália outro sócio conflitante na Brasil Telecom esteve no Brasil. Na briga entre os italianos e Dantas, que ganhou por vários dias seguidos as páginas dos jornais, o ministro das Comunicações Miro Teixeira tomou partido publicamente da Telecom Itália.

Sobre a assembléia de ontem, informa o Telecom Online que o presidente do Conselho de Administração da Brasil Telecom, Luiz Octávio da Motta Veiga afirmou que houve pressão governamental, em especial do BB, de corte do crédito das patrocinadoras dos fundos caso eles não votassem a favor da destituição do Opportunity. O BB negou ter realizado qualquer tipo de pressão.