Negócios

Presidente da Boeing "fez tudo certo", diz conselho de administração

Declaração ocorre depois que executivo foi pressionado por parlamentares dos EUA e se recusou a renunciar por causa da queda de dois 737 MAX

Dave Calhoun: presidente do conselho de administração afirmou que colegiado da empresa apoia decisões do presidente da fabricante norte-americana, Dennis Muilenburg (Christopher Goodney/Bloomberg)

Dave Calhoun: presidente do conselho de administração afirmou que colegiado da empresa apoia decisões do presidente da fabricante norte-americana, Dennis Muilenburg (Christopher Goodney/Bloomberg)

R

Reuters

Publicado em 5 de novembro de 2019 às 17h07.

Última atualização em 5 de novembro de 2019 às 17h12.

Washington — O presidente do conselho de administração da Boeing, Dave Calhoun, afirmou nesta terça-feira (5) que o colegiado da fabricante norte-americana acredita que o presidente-executivo da empresa, Dennis Muilenburg, "fez tudo certo", segundo comentários feitos dias depois que o executivo foi pressionado por parlamentares dos EUA e repetidamente se recusou a renunciar por causa da queda de dois 737 MAX que mataram centenas de pessoas.

"Ele tem nossa confiança", disse Calhoun em entrevista à CNBC, acrescentando que Muilenburg ligou para ele no sábado oferecendo abdicar da maior parte de seu bônus de 2019 e perder entrega de ações da empresa até o início de 2021. O conselho de administração da Boeing tirou Muilenburg da presidência do conselho de administração da fabricante de aviões no mês passado. "Do ponto de vista de nosso conselho, Dennis fez tudo certo", disse Calhoun.

A Boeing, que paralelamente está tentando concluir a compra do controle da divisão de aviões comerciais da Embraer, não planeja cortar o ritmo de produção do 737 MAX ou rebatizar o avião, afirmou o executivo.

Na semana passada, vários parlamentares dos EUA exigiram a renúncia de Muilenburg e pressionaram o executivo para renunciar ao pagamento de bônus. Os congressistas também criticaram a Boeing e o executivo por não terem sido inteiramente sinceros.

Muilenburg repetidamente disse na semana passada que seu foco está no retorno ao serviço dos aviões MAX e afirmou que "Para mim, isso não se trata de dinheiro."

Após as críticas dos parlamentares, Muilenburg ligou para Calhoun no sábado e sugeriu não receber bônus em 2019 ou qualquer pagamento em ações "até que o MAX esteja voando em segurança" de novo, algo que Calhoun disse que poderia acontecer até o final de 2020 ou início de 2021.

Em 2018, Muilenburg recebeu 23,4 milhões de dólares em pagamentos da Boeing. "Foi uma decisão significativa da parte dele", disse Calhoun, acrescentando que Muilenburg "sempre faz as coisas certas".

O porta-voz da Boeing Gordon Johndroe confirmou que o conselho de administração da fabricante apoiou a proposta de Muilenburg de reduzir significativamente seus pagamentos.

Muilenburg foi duramente criticado pelos parlamentares dos EUA por causa das informações conhecidas pela empresa de que o sistema de prevenção de stall dos 737 MAX, conhecido como MCAS, estava vinculado às duas quedas. Ele também foi criticado por causa de atrasos na entrega de mensagens internas de 2016 que descrevem um comportamento errático do sistema em simulador.

"Nosso trabalho é consertar o MCAS", disse Calhoun. As duas quedas mataram 346 pessoais e causaram a suspensão dos voos do 737 MAX em todo o mundo em março. A agência federal de aviação dos EUA, FAA, não deve permitir o retorno a serviço do avião antes de dezembro.

O conselho de administração da Boeing está sendo informado diariamente sobre o esforço para que o avião retorne a voar, disse Calhoun, que sugeriu que Muilenburg continue como presidente-executivo da Boeing após a retomada dos voos do 737 MAX.

Acompanhe tudo sobre:acidentes-de-aviaoBoeingBoeing 737

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia