Negócios

Presente virtual vira negócio de US$ 60 bilhões na China

Presentes virtuais são o que há no setor de streaming online da China. É possível presentear um artista que se apresenta ao vivo com uma rosa de 5 yuans (US$ 0,80) ou um foguete espacial de 500 yuans

Kuaishou: maior plataforma de streaming ao vivo de presentes virtuais do mundo (Barcroft Media/Getty Images)

Kuaishou: maior plataforma de streaming ao vivo de presentes virtuais do mundo (Barcroft Media/Getty Images)

Marina Filippe

Marina Filippe

Publicado em 1 de fevereiro de 2021 às 14h33.

O presente é simbólico, mas o dinheiro é real — e é daí que vem o sucesso da Kuaishou Technology. A rival da ByteDance se tornou a maior plataforma de streaming ao vivo de presentes virtuais, tendo mais usuários mensais pagantes do que qualquer outra no mundo inteiro. A empresa, que recebe uma parcela das gorjetas que os fãs dão aos artistas, levantou US$ 5,4 bilhões em Hong Kong na maior oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) do setor de internet desde que a Uber Technologies abriu o capital em 2019, segundo dados obtidos pela Bloomberg.

Essa operação está prestes a criar pelo menos quatro bilionários com fortuna combinada de US$ 15 bilhões, segundo estimativa baseada nas informações de propriedade contidas no prospecto da Kuaishou. Os cofundadores Su Hua e Cheng Yixiao terão cada um mais de US$ 5,5 bilhões, de acordo com o BloombergBillionaires Index.

A Kuaishou (que significa “mão rápida”) é uma das maiores histórias de sucesso da internet da última década e faz parte de uma geração de startups que prosperaram com o apoio da Tencent Holdings. Junto com a ByteDance, controladora do TikTok, a empresa foi pioneira em transmissões ao vivo e vídeos curtos que foram posteriormente adotados no mundo todo, inclusive por gigantes como Facebook.

“O principal recurso da internet é a atenção”, escreveu Su na biografia oficial da Kuaishou em 2019. “Pode ser focada em um grande número de pessoas como a luz do sol, em vez de agir como um holofote para determinado grupo de pessoas. Esta é a lógica simples por trás da Kuaishou.”

Su, nascido na província central de Hunan, estudou programação de dados na prestigiada Universidade Tsinghua antes de começar a trabalhar no Google em Pequim, em 2006. Lá, ele ganhava cerca de US$ 23.000 anuais, oito vezes o salário médio do país na época. Embora diga que estava “extremamente feliz” ali, uma estadia no Vale do Silício foi a inspiração para que ele abrisse seu próprio negócio, de acordo com a biografia da Kuaishou.

Su saiu do Google durante a crise financeira global para fundar sua empresa de publicidade em vídeo, que não se concretizou. Depois de um curto período trabalhando na Baidu, ele conheceu Cheng em 2011 e logo se tornaram sócios.

Em 2013, a dupla transformou o aplicativo Kuaishou de simples criador de GIFs em rede social de vídeo. A popularidade veio com os vídeos sobre a vida rural na China.

Com a ascensão do Douyin — aplicativo da ByteDance que é o gêmeo chinês do TikTok —, a Kuaishou ficou mais atraente, conquistando influenciadores apoiados por agências de talentos e astros pop como Jay Chou, de Taiwan. No processo, a companhia acelerou a monetização, criando espaços para anúncios e lojas dentro do aplicativo para marcas e varejistas.

Acompanhe tudo sobre:AppsStreamingTikTok

Mais de Negócios

Jovens de 20 anos pegaram US$ 9 mil dos pais para abrir uma startup — agora ela gera US$ 1 milhão

Qual é o melhor horário para comprar na Black Friday 2024?

Esta startup capta R$ 4 milhões para ajudar o varejo a parar de perder dinheiro

Ele criou um tênis que se calça sozinho. E esta marca tem tudo para ser o novo fenômeno dos calçados