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Presença das mulheres na direção de empresas é insuficiente

Segundo a OIT, no ritmo atual, demoraria entre 100 e 200 anos para alcançar a igualdade de gênero nos altos cargos das companhia

Executiva: a pesquisa comprovou que em 30% de empresas entrevistadas, não havia nenhuma mulher em sua direção (Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2015 às 10h57.

Genebra, - A presença das mulheres na direção das empresas cresceu tão pouco nas últimas duas décadas, que no ritmo atual levaria entre 100 e 200 anos para alcançar a igualdade de gênero nos altos cargos das companhias.

Esta é a conclusão de uma publicação apresentada nesta segunda-feira pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que realizou uma pesquisa entre 1,2 mil empresas de 39 países em todas as regiões do mundo.

A pesquisa comprovou que em 30% de empresas entrevistadas, não havia nenhuma mulher em sua direção e que em 65% das companhias, as mulheres representavam menos de 30% de todos os diretores.

Só nos países nórdicos e no Reino Unido, a proporção supera 20%.

A OIT considera que 30% é a 'massa crítica' necessária para que as opiniões das mulheres sejam levadas em conta na gestão das empresas.

Países latino-americanos como o Brasil e México, assim como a Espanha, além da China, se encontram no grupo de países onde as mulheres ocupam entre 5% e 10% dos assentos nas direções.

Chile, Índia, Japão e Rússia estão entre os que essa presença se reduz a menos de 5%.

Em nível global, só 5% ou menos dos diretores executivos das principais corporações são mulheres, o que ressalta o fato de que quanto maior é a empresa, menor é a probabilidade de que seja dirigida por uma mulher, segundo a OIT.

Em 19 dos 44 países onde foi realizada a pesquisa, não havia uma só empresa na qual uma mulher estivesse na lideraça da direção.

Em nível mundial, 87% dessas instâncias de decisão são dirigidas por um homem e 13% por uma mulher.

A relativa exclusão das mulheres dos altos cargos ocorre apesar de elas possuírem e administrarem 20% de todas as empresas, geralmente micro e pequenas.

O estudo da OIT também revelou a existência de barreiras invisíveis para a ascensão das mulheres empresárias, como as que se concentrem em certos tipos de funções, como recursos humanos, comunicação e administração.

A OIT identifica como obstáculos evidentes à liderança empresarial das mulheres o fato de que estas têm mais responsabilidades familiares do que os homens, o predomínio da cultura empresarial masculina e a falta de estímulo para que os homens peçam licenças relacionadas com suas responsabilidades familiares.

Frente a esta situação, se recomenda às empresas que apliquem 'soluções flexíveis' que permitam as mulheres conciliarem as obrigações profissionais e familiares, e que estas sejam uma alternativa aos tratamento ou cotas especiais, que -segundo a OIT- 'nem sempre são úteis e eficazes'.

Além disso, considera importante oferecer uma cobertura de proteção da maternidade e ajuda para o cuidado das crianças, de modo que as empresas possam contratar e ficar com as mulheres talentosas.

A Forbes divulgou nesta semana a sua lista das 72 pessoas mais poderosas do planeta em 2014 e que é liderada pelo presidente russo Vladimir Putin, seguido do presidente americano Barack Obama. Sobre a participação feminina na edição 2014, o ranking conta pela primeira vez com duas mulheres entre os dez primeiros lugares: Angela Merkel , a chanceler da Alemanha, e Janet Yellen , a presidente do banco central americano. Mas estas não são as únicas a fazerem parte deste seleto grupo. Para eleger os nomes, revela a publicação, uma extensa votação é realizada entre a equipe da Forbes e são avaliados critérios como os recursos financeiros que estas personalidades têm em mãos, a abrangência e o tipo de poder que exercem e também a quantidade de pessoas que são impactadas por suas ações. Veja aqui quem são as mulheres mais poderosas.
  • 2. 1ª Angela Merkel (Alemanha)

    2 /11(Thomas Peter/Reuters)

  • Veja também

    O que faz -> É chanceler da Alemanha. No poder desde 2005, se tornou a primeira mulher a ser eleita para este cargo no país. Por quê está na lista -> Segundo a Forbes, o envolvimento alemão no cenário internacional é uma das maiores razões. Especialmente considerando o posicionamento do país em relação ao conflito na Ucrânia e a atuação no combate ao Estado Islâmico. Além disso, a economia alemã segue firme como uma das maiores e mais importantes do mundo.
  • 3. 2ª Janet Yellen (Estados Unidos)

    3 /11(Chip Somodevilla / Staff)

  • O que faz -> É presidente do Federal Reserve, o banco central americano. Por quê está na lista-> Yellen tornou-se em 2014 a primeira mulher dos Estados Unidos a ocupar o posto. Para a Forbes, ela tem em mãos um importante desafio: restaurar o sonho americano que há muito tempo está esquecido por conta da alta taxa de desemprego no país
  • 4. 3ª Dilma Rousseff (Brasil)

    4 /11(Ueslei Marcelino/Reuters)

    O que faz -> É presidente do Brasil. Por quê está na lista ->Dilma é chefe da sétima maior economia do planeta e a primeira mulher a assumir este posto no Brasil. Segundo a Forbes, o ano de 2014 ficará marcado como difícil para a presidente por conta das controvérsias causadas pelos gastos do país com a Copa do Mundo e pela dificuldade com a qual venceu o pleito eleitoral.
  • 5. 4ª Christine Lagarde (França)

    5 /11(Getty Images)

    O que faz -> É diretora-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI) Por quê está na lista -> Lagarde é a primeira mulher a dirigir o FMI e se destaca pela forma firme com a qual exige dos líderes mundiais que tomem medidas ousadas para garantir investimentos em infraestrutura, reformas em políticas fiscais e para que atuem na criação de empregos.
  • 6. 5ª Park Geun-hye (Coreia do Sul)

    6 /11(Chung Sung-Jun/Staff)

    O que faz -> É presidente da Coreia do Sul Por quê está na lista -> Em 2013, foi eleita a primeira mulher presidente da Coreia do Sul e desde então vem enfrentando desafios, como a tragédia com o navio de estudantes que naufragou com 475 pessoas a bordo (300 estudantes), e aumentando o envolvimento do país na política internacional.
  • 7. 6ª Ginni Rommety (Estados Unidos)

    7 /11(Paul Morigi/Stringer)

    O que faz -> É CEO da IBM Por quê está na lista -> Rommety assumiu o comando de uma das maiores empresas do mundo há cerca de dois anos, depois de gestões anteriores que foram muito bem-sucedidas. Segundo a Forbes, depois de um período conturbado de queda de receita, a empresa conseguiu retomar as rédeas ao longo de 2014. Daqui pra frente, a expectativa fica por conta dos resultados que as parcerias da IBM com a Apple e também com a SAP podem trazer para as contas da Big Blue.
  • 8. 7ª Mary Barra (Estados Unidos)

    8 /11(Bill Pugliano/Stringer)

    O que faz -> É CEO da General Motors (GM) Por quê está na lista -> Assumiu o controle de uma das maiores montadoras do planeta no início do ano e é a primeira mulher a liderar uma delas. Sua chefia, contudo, está sendo conturbada: uma falha na chave de ignição em carros da GM detectada neste ano causou 21 mortes e também o recall de 30 milhões de veículos. Segundo a Forbes, apesar das dificuldades, Barra está conseguindo dar continuidade aos planos de “uma nova GM”. Em 2017, a montadora pretende lançar um “Cadillac inteligente”, que permitirá aos motoristas que conduzam o carro sem as mãos ao volante.
  • 9. 8ª Gina Rinehart (Austrália)

    9 /11(Paul Kane/Stringer)

    O que faz -> Presidente do grupo de mineração Hancock Prospecting Por quê está na lista-> Rinehart herdou de seu pai a Hancock Prospecting, fato que a transformou na mulher mais rica da Ásia. Sob seu comando, a empresa aumentou o portfólio de mineração e fechou, neste ano, um importante negócio bilionário que permitirá a expansão da exploração de ferro.
  • 10. 9ª Magaret Chan (China)

    10 /11(Larry Busacca/Getty Images)

    O que faz -> É diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) Por quê está na lista -> Em 2014, a OMS está enfrentando uma das piores crises já vistas na saúde mundial: a devastadora epidemia de ebola. A entidade se posicionou de forma firme contra o surto e vem tomando medidas para contê-lo. No entanto, há críticas em relação ao fato de que a OMS subestimou a gravidade da situação no momento do seu surgimento no início do ano.
  • 11. Agora veja quais países tratam homens e mulheres de forma menos desigual

    11 /11(Arthur Sollano/Flickr)

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