Pós-vacina: academias esperam corrida pela saúde
No auge da crise, a queda nas vendas chegou a 75% e o volume de clientes caiu 66%, mas números devem se recuperar com a disponibilização da vacina
Karin Salomão
Publicado em 20 de janeiro de 2021 às 17h00.
Última atualização em 20 de janeiro de 2021 às 17h40.
Ainda que as academias de ginástica tenham sofrido por conta da pandemia, elas podem se reerguer com base justamente nos reflexos dessa crise. Com uma preocupação maior com a saúde e bem estar, clientes podem voltar a frequentar esses espaços em peso. Essa é a avaliação da W12, empresa de software de gestão para o setor.
No auge da crise, em julho, a queda nas vendas chegou a 75% e o volume de clientes ativos caiu 66%. Com a recuperação iniciada no mês de agosto, o setor deve fechar o ano com uma queda de 25% nas vendas. Mas, com mais de 4 mil academias como seus clientes, a empresa acredita que os resultados pré-pandemia devem ser recuperados já no primeiro trimestre deste ano.
Para Peter Thomas, vice-presidente de vendas e marketing da empresa, a demanda por exercícios deve crescer após a imunização no país. “A pandemia aumentou a consciência das pessoas sobre a importância da atividade física”, afirma o executivo. Segundo estimativa da W12, a porcentagem da população que pratica atividade física em academias e afins deve subir de 3% para 5% nos próximos dois anos.
O mercado é gigante. São mais de 10 milhões de clientes no Brasil e um faturamento de 2,17 bilhões de dólares em 2019. Ainda que esse número tenha caído no ano passado, o setor continua sendo o quarto maior em número de alunos no mundo e o segundo em número de academias.Segundo o IHRSA Global Report 2020, relatório anual sobre os mercados de academias de ginástica em todo o mundo, o número de academias no Brasil teve queda de 15%, passando de 34.509 unidades em 2019 para 29.525.
Outra novidade para o setor criada durante o último ano são os aplicativos e aulas virtuais. Cerca de 10% dos clientes da W12, entre academias, boxes e estúdios, já oferecem aulas virtuais.
Recuperação do setor
Com o suporte de seus sócios, a Smart Fit vai ter o privilégio de começar 2021 a partir do ponto onde estava em março de 2020, antes que a pandemia do coronavírus congelasse algumas atividades. A empresa, que também é dona das bandeiras Bio Ritmo e O2, acaba de fechar uma capitalização de 500 milhões de reais. Com isso, o saldo de caixa volta ao momento pré-covid, para 1,3 bilhão de reais.
A empresa levantou outros 180 milhões de reais em uma subsidiária, chamada Smartexp, que pretende garantir a expansão da operação já. No total, portanto, são quase 700 milhões de reais que chegam em dezembro para oxigenar os negócios em 2021.
Até novembro, a pandemia levou embora cerca de 400.000 alunos dos planos tradicionais e trouxe 300.000 clientes digitais, de programas online. Esse ajuste permitiu que o número total de alunos passasse de 2,8 milhões para 2,7 milhões de março até o mês passado.
A Gympass, startup brasileira de benefícios corporativos, mudou seu modelo de negócios para incorporar ainda mais benefícios à sua plataforma. Além da integração com mais de 20.000 academias, a plataforma passou a incorporar uma área mais ampla de profissionais voltados ao bem estar, como nutricionistas, psicólogos, preparadores físicos e aplicativos de meditação. As parcerias incluem até a Mobills, aplicativo de gestão financeira.
Já a rede Just Fit fechou uma parceria de clube de descontos com mais de 700 grandes empresas que irão oferecer descontos exclusivos para os alunos e clientes corporativos. A parceria vale para descontos de até 70% na compra de produtos de saúde, bem estar, decoração, eletrônicos, carros, educação, entretenimento, gastronomia, serviços e turismo. Entre as empresas parceiras estãoApple, Magazine Luiza, CVC, ESPM, Fast Shop, Kopenhagen, L'Occitane e Philips.