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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.
Lisboa - Os conselheiros jurídicos da Portugal Telecom garantem que a espanhola Telefónica não pode travar os dividendos da Vivo ou dissolver a joint venture Brasilcel, que controla a operadora celular, disse Zeinal Bava, presidente-executivo da companhia portuguesa.
A Telefónica fez à Portugal Telecom uma oferta de 6,5 bilhões de euros para comprar os 50 por cento que não controla da Brasilcel, que tem 60 por cento da Vivo.
Bava afirmou à Reuters que "a Telefónica está dizendo aos investidores que vai travar os dividendos e dissolver a Brasilcel".
"Estas ameaças são infundadas e totalmente inaceitáveis e o nosso aconselhamento jurídico garante que nenhum dos dois é possível", afirmou o presidente-executivo da empresa portuguesa.
Apesar de ter convocado uma assembleia geral de acionistas para 30 de junho, para deliberar sobre a oferta melhorada da Telefónica, a administração da Portugal Telecom tem dito que a proposta não reflete o valor estratégico da Vivo para a espanhola.
"Como sempre disse, o valor de um ativo potencializador de crescimento futuro, como é a Vivo, não pode ser medido apenas através de um critério meramente financeiro", afirmou o executivo. "É também um valor estratégico, e é assim que tem de ser equacionado", ressaltou Bava.
Sinergia subestimada
A atual oferta da Telefónica é 14 por cento maior que os 5,7 bilhões de euros propostos inicialmente pela empresa e que foram rejeitados no mês passado. Bava destacou que, "quando a Telefónica fala sobre sinergias, usa estimativas de operadores do mercado e não as suas próprias estimativas".
"A Vivo sempre foi subestimada por operadores. Seria melhor que as repetidas ofertas da Telefónica revelassem o verdadeiro valor de um ativo tão escasso, nós nunca mais voltaremos ao tempo em que o mercado pensava que a Vivo valia apenas 3,4 bilhões de euros para a Portugal Telecom", acrescentou.
Bava assinalou que "o Brasil está passando por uma grande transformação como país devido à forte expansão do PIB per capita e ao crescimento da classe média".
"Mais de 50 por cento das nossas receitas vêm do Brasil, que é um mercado muito grande e deverá superar o crescimento das economias da Europa Ocidental", concluiu.