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Por que os carros elétricos animam a maior mineradora do mundo

A BHP Billiton está otimista de que haverá um rápido aumento da demanda de seus produtos quando os consumidores optarem por veículos elétricos

BHP Billiton: os veículos elétricos exigem muito mais cabos de cobre do que os motores padrões de combustão interna (Getty Images)

BHP Billiton: os veículos elétricos exigem muito mais cabos de cobre do que os motores padrões de combustão interna (Getty Images)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 1 de novembro de 2016 às 19h50.

Tóquio - A BHP Billiton, maior mineradora do mundo, está ansiosa pelos veículos elétricos.

A gigante dos recursos minerais com sede em Melbourne, na Austrália, que produz metais e carvão usados na siderurgia e na alimentação de usinas de energia, está cada vez mais otimista de que haverá um rápido aumento da demanda de alguns de seus produtos quando os consumidores optarem por veículos elétricos e outras tecnologias de energias renováveis.

“Quando houver mais energias renováveis e veículos elétricos também haverá um impacto na demanda de cobre”, disse Fiona Wild, vice-presidente da BHP para sustentabilidade e mudança climática, na terça-feira, em conferência organizada pela Bloomberg New Energy Finance, em Xangai.

“Atualmente os veículos elétricos contêm cerca de 80 quilos de cobre. Quando eles se tornarem mais eficientes haverá uma quantidade maior de cobre nesses veículos, por isso sempre vai haver potencial de aumento para o cobre.”

Um milhão de veículos elétricos foram vendidos entre 2010 e 2015, impulsionados em grande parte por exigências regulatórias em mercados automotivos importantes como EUA, China e Europa, informou a BNEF no mês passado.

Em 2020, cerca de 2,2 milhões de veículos elétricos serão vendidos em todo o mundo, contra 460.000 esperados em 2016, segundo a empresa de pesquisa.

Os veículos elétricos exigem muito mais cabos de cobre do que os motores padrões de combustão interna.

O cobre registra o pior desempenho do ano na Bolsa de Metais de Londres, com ganho de apenas 4 por cento, contra mais de 54 por cento do zinco.

O resultado ruim do metal coincide com o rápido aumento da oferta neste ano e com a desaceleração da demanda na China.

O cobre responde por 27 por cento das vendas de commodities da BHP e é o segundo principal metal da empresa, atrás do minério de ferro, com 34 por cento, segundo o website da companhia.

“Como uma poderosa compensação para a substituição, o cobre está muito bem posicionado para tirar proveito da demanda de uso final maior com base nas tendências observadas na tecnologia, o que esperamos que se materialize em torno de meados da década de 2020”, escreveu Vicky Binns, vice-presidente de marketing de minerais, no website da BHP Billiton, em 31 de outubro.

O uso de cobre em carros elétricos contribuirá para o crescimento da demanda da China para cerca de 3,3 por cento ao ano até 2020, segundo o plano de cinco anos do governo para o setor de metais publicado pelo Ministério da Indústria e da Tecnologia da Informação no mês passado.

A demanda de metais em veículos de transporte leve e de nova energia faz parte do “novo normal” para os metais em meio à desaceleração da economia, afirmou o Ministério.

A China se tornou o maior consumidor de cobre do mundo devido ao boom da construção e à ampliação de sua rede de eletricidade.

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