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Por que Bezos, da Amazon, acha que jornais são bom negócio

Executivo anunciou hoje que irá investir US$ 12 milhões no site de notícias Business Insider, meses depois de comprar o Washington Post


	Jeff Bezos: fundador da Amazon está investindo em jornais e sites de notícias
 (Mario Tama / Getty Images)

Jeff Bezos: fundador da Amazon está investindo em jornais e sites de notícias (Mario Tama / Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 17h08.

São Paulo – Jeff Bezos, fundador e presidente executivo da Amazon, é um dos 20 maiores bilionários do mundo e tem 25,2 bilhões de dólares para gastar onde quiser.

Então por que está investindo em jornais e sites de notícias, um setor que passa por uma transição difícil?

Porque ele espera encontrar a resposta para um modelo de negócios sustentável e lucrativo para a imprensa.

Na última quinta-feira, Bezos anunciou que, através de seu fundo de investimentos pessoal, o Bezos Expeditions, investiria 12 milhões de dólares no site de notícias de negócios Business Insider. É a segunda vez que o executivo coloca dinheiro no portal: em abril do ano passado, aportou outros 5 milhões.

Segundo comunicado do site, o dinheiro será utilizado para contratar mais jornalistas e fotógrafos e para, quem sabe, abrir uma versão britânica do site. O investimento será, portanto, em conteúdo, e não em publicidade ou assinaturas, que é de onde as empresas jornalísticas tiram dinheiro.

Este primeiro investimento pode ter tido uma motivação diferente da de hoje. Segundo jornais estrangeiros, ele ocorreu porque Henry Blodget, fundador do Business Insider, ajudou a Amazon a se erguer no início do negócio. O que são 5 milhões para quem tem 25 bilhões de dólares e quer ajudar um amigo?

A partir daí, porém, a coisa mudou um pouco de figura.

Washington Post

Em outubro do ano passado, Bezos anunciou que compraria o jornal Washington Post por 250 milhões de dólares. Depois de mais de 80 anos, a família Graham deixou o comando do conglomerado. O jornal vinha apresentando quedas em números de leitores e de anunciantes já há alguns anos.

Junto com o jornal que leva o nome da companhia, Bezos levou seus outros produtos, que incluíam canais de TV à cabo e um jornal escrito todo em espanhol, o El Tiempo Latino.

De início, Bezos teve de ser convencido a comprar a companhia, revelou o executivo para o programa americano de entrevistas 60 minutes, em dezembro. “Por que você está me oferecendo isso? Eu não sei nada sobre notícias”, teria dito ele a Don Graham. “Mas sabe tudo sobre internet”, respondeu o então dono do jornal.

A mídia impressa passa por dificuldades cada vez maiores e luta para encontrar uma maneira de migrar para a internet e lucrar com isso.

Bezos está convencido de que será ele a descobrir a fórmula mágica.

Em uma visita à redação do jornal, logo após o anúncio da compra, Bezos demonstrou que sua ideia é fornecer à empresa uma espécie de “colchão financeiro”, isto é, dar ao Post “tempo para conduzir experimentos que possam levar a um modelo de negócios de sucesso”, diz o próprio jornal. Ainda que sangre por um tempo, daí pode surgir uma solução mais duradoura para o setor.

Na redação do jornal, Bezos não mexeu. Ele afirmou que visitaria o escritório de vez em quando, mas continuaria focado em seu negócio principal, a Amazon. Os jornalistas do Washington Post continuarão no comando das notícias.

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