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Por que a Vale vai sobreviver ao baixo preço, segundo a S&P

Vale teria condições de aguentar até uma queda maior do preço do minério de ferro, diz agência de risco


	Terminal da Vale: cenário ainda pior não atrapalharia a empresa, diz S&P
 (Dario Zalis/EXAME.com)

Terminal da Vale: cenário ainda pior não atrapalharia a empresa, diz S&P (Dario Zalis/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 26 de setembro de 2012 às 17h07.

São Paulo – Apesar da diversificação de produtos que vem buscando nos últimos anos, a Vale ainda é bastante dependente do minério de ferro. Cerca de 70% de sua receita vem deste mineral, cujos preços estão em queda devido à crise mundial. Seria motivo para a Vale se preocupar? Segundo a agência de classificação de risco Standard & Poor’s, a resposta é não.

Em um relatório assinado pelas analistas Rafaela Vitoria e Milena Zaniboni, a S&P afirma que a Vale teria condições de enfrentar um patamar de preço ainda menor que o atual, por certo tempo, sem que isso afetasse sensivelmente seu desempenho financeiro.

No primeiro semestre, o preço médio da tonelada de ferro era de 140 dólares. Agora, ela se encontra entre 100 e 110 dólares. Para seus cálculos, a S&P considerou uma cotação de 90 dólares no ano que vem. Mesmo nesse nível, a agência descartou “um amplo impacto nos índices de alavancagem da Vale”. Traduzindo: mesmo assim, sua dívida não saltaria para um patamar preocupante.

A S&P avaliou um cenário ainda mais negativo, em que o minério de ferro caísse para 80 dólares por tonelada – ou até menos do que isso – por um ou dois anos, o que iria coincidir com o pico de investimentos da Vale. Caso a empresa não cortasse custos, a dívida total sobre o ebtida subiria, neste caso, para perto de 2 vezes. No acumulado de 12 meses até junho, o indicador é bem menor: 1,1 vez, segundo a S&P.

Pior cenário

Mesmo essa situação mais sombria não seria suficiente para comprometer a capacidade de pagamento da Vale, segundo a S&P. “Consideramos o perfil de risco de negócio da Vale forte, com base na posição de mercado global da empresa e em seu baixo custo de produção”, afirma o relatório.

A S&P lembra, ainda, que a empresa chegou a enfrentar momentos até mais difíceis que os traçados no relatório, sem que isso tivesse um impacto importante sobre ela. Foi o caso de 2009, quando a cotação do minério de ferro caiu para 56 dólares por tonelada, e a companhia ainda apresentou uma margem de ebitda de 40%.


É claro que isso não significa que a Vale não sentirá nenhum efeito da atual depressão de preços. A S&P rebaixou suas estimativas de ebitda para entre 22 bilhões e 23 bilhões de dólares, neste ano, ante a estimativa inicial de 25 bilhões e 29 bilhões de dólares. Já a margem de ebitda estimada pela S&P é de 45% em 2012, ante 55% no ano passado.

Ao avaliar o intervalo dos próximos 18 a 24 meses, a S&P mostra-se otimista sobre a mineração. “Acreditamos que os fundamentos do mercado para o minério de ferro se manterão relativamente positivos e permitirão à Vale registrar forte geração de fluxo de caixa.”

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