7-Eleven, parte da holding Seven & i, agora faz parte de uma lista de empresas 'essenciais' para a segurança do Japão. (Richard A. Brooks/AFP)
Redator na Exame
Publicado em 13 de setembro de 2024 às 10h14.
A gigante varejista japonesa Seven & i Holdings, dona da rede de conveniência 7-Eleven, foi recentemente classificada como "essencial" para a segurança nacional, de acordo com uma lista atualizada divulgada pelo Ministério das Finanças do Japão. A nova designação gerou questionamentos sobre um possível movimento de defesa, uma vez que a empresa havia rejeitado, na semana anterior, uma oferta de compra no valor de US$ 38,5 bilhões (cerca de R$ 216 bilhões) feita pela canadense Alimentation Couche-Tard. As informações são do Channel News Asia.
Apesar das especulações, a nova classificação da Seven & i não impõe necessariamente novos obstáculos a uma eventual aquisição por parte da Couche-Tard. Segundo as regras do governo japonês, quando uma empresa é classificada como "essencial", entidades estrangeiras interessadas em adquirir 1% ou mais de participação devem solicitar uma revisão de segurança nacional.
No entanto, em casos de aquisição total, a revisão governamental é obrigatória, independentemente da classificação da empresa, desde que ela seja considerada relevante para a economia ou segurança do Japão. Dessa forma, o status "essencial" de Seven & i não altera o nível de revisão para uma possível oferta de compra integral.
A lista de empresas classificadas como "essenciais" é atualizada anualmente com base em respostas das empresas listadas. A Seven & i foi incluída na lista ao lado de outras 88 empresas, que abrangem setores estratégicos como energia nuclear, espaço e semicondutores. Embora o setor de lojas de conveniência, principal negócio da empresa, não exija, por si só, uma revisão de segurança nacional, as atividades de Seven & i incluem serviços financeiros e de segurança para instalações comerciais, o que reforça sua relevância estratégica.
A empresa afirmou que sua inclusão na lista de segurança nacional não tem relação com a proposta de aquisição da Couche-Tard. No entanto, a rejeição da oferta levantou preocupações sobre questões antitrustes nos Estados Unidos. Caso a fusão ocorresse, a companhia combinada se tornaria a maior operadora de lojas de conveniência no país, o que pode atrair a atenção de reguladores antitruste norte-americanos. Fontes indicam que reguladores dos EUA já sinalizaram que poderiam investigar o potencial impacto de uma fusão.
Diante das especulações, a Seven & i teria contratado a Nomura para assessorar o comitê especial da empresa sobre a possível aquisição pela Couche-Tard. Embora ambas as empresas tenham evitado comentários sobre o assunto, as discussões continuam em andamento.
Apesar dos desafios potenciais, como a análise antitruste nos EUA e a nova classificação de segurança no Japão, as negociações podem avançar dependendo de ajustes na oferta e na estrutura da operação. O cenário permanece indefinido, com possíveis novas movimentações nos próximos meses, à medida que ambas as empresas buscam maximizar seus interesses.