Negócios

Por que a Kodak queimou o filme no mercado

Prestes a pedir proteção contra falência nos EUA, ícone do setor fotográfico mundial luta há pelo menos uma década para manter seus negócios de pé

Kodak: empresa luta para manter seus negócios de pé (Reprodução)

Kodak: empresa luta para manter seus negócios de pé (Reprodução)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 5 de janeiro de 2012 às 15h29.

São Paulo – Embora a Kodak não assuma, rumores de que a companhia está à beira da falência e preste a pedir proteção ao governo americano nas próximas semanas têm sido frequentes na imprensa dos Estados Unidos.

Há pelo menos uma década, a empresa, que dominou o mercado de fotografia mundial, luta para manter seus negócios, mas as novas tecnologias e concorrentes de peso, como Apple e a HP, têm feito a Kodak nem aparecer mais na foto das empresas promissoras do setor de imagem.

Desde agosto do ano passado, a Kodak tenta vender mais de 1000 patentes de seus produtos digitais, mas as negociações, no entanto, não foram bem-sucedidas. Isto porque as empresas interessadas estão com receio de fechar negócio e a Kodak entrar com pedido de concordata a qualquer momento.

Fontes ouvidas pelo Wall Street Journal afirmaram que a empresa busca ainda, antes de pedir trégua para o governo americano, ajuda financeira com alguns bancos, como JP Morgan e o Citigroup, para tentar se livrar das dívidas e manter seus quase 20.000 funcionários.

Confira, a seguir, quais foram os principais deslizes que ajudaram no colapso da Kodak:

Não soube ganhar dinheiro com câmeras digitais - Nem todo mundo sabe, mas foi a Kodak quem criou a câmera digital, em 1975. O problema, no entanto, é que a companhia nunca soube ganhar dinheiro com o produto inovador que desenvolveu. 

Mesmo com a câmera digital, durante mais de duas décadas, a Kodak continuou a apostar no mercado de fotografia por filme e só em 2003 parou de fazer investimentos no negócio já defasado.


A essa altura, outras companhias, como a Sony e a Canon, já dominavam o mercado de fotografias digitais e a Kodak, então, ficou bem atrás dos concorrentes.

Falta de foco - Antes mesmo de suspender seus investimentos no segmento de filmes fotográficos, durante um bom tempo, a Kodak tentou apostar em outros setores do mercado, como o de produtos químicos e de limpeza e testes de dispositivos médicos, mas não obteve muito sucesso.

Aposta em um mercado dominado por gigantes – Assim que parou de investir em filmes fotográficos, em 2003, a Kodak depositou suas esperanças no mercado de impressoras, já dominado por gigantes do setor, como a HP.

Sem obter muito sucesso, hoje a Kodak ocupa a quinta posição do ranking mundial desse setor, com pouco mais de 2% de mercado.

Excesso de confiança –
durante muito tempo, a Kodak liderou o mercado de filmes fotográficos e acreditou que nunca enfrentaria uma crise, pois o setor se mostrava muito promissor.

De acordo com informações de um ex-diretor da companhia que trabalhou na Kodak no auge de seus negócios, ouvido pelo WSJ, a companhia tinha um discurso de ser imbatível e nunca se preparou para enfrentar qualquer dificuldade.

Acompanhe tudo sobre:Empresasempresas-de-tecnologiaFalênciasIndústriaIndústrias em geralKodaksetor-eletroeletronico

Mais de Negócios

Da mineração ao café: as iniciativas sustentáveis da Cedro para transformar a indústria

COSCO Shipping inaugura rota estratégica entre Peru e China

Subway conclui acordo para substituir Coca-Cola por Pepsi nos Estados Unidos

Depois de dominar Porto Alegre, Melnick mira Santa Catarina com projetos que somam R$ 17 bilhões