São Paulo – A fusão entre a América Latina Logística (ALL) e a Rumo Logística preocupa o mercado. Prova disso é o número de petições protocoladas pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) de empresas e associações em alerta com a união das duas companhias.
Segundo o órgão antitruste, existe um inquérito administrativo aberto para avaliar a operação. Até a última terça-feira, prazo máximo para que as empresas se manifestassem sobre a transação, pelo menos 10 companhias e associações se opuseram ao negócio.
O grupo Ultra, por exemplo, solicitou ao Cade que se desse continuidade às condições competitivas e equânimes do mercado, tanto para o próprio Ipiranga quanto para todas as outras empresas.
Outras sete associações também manifestaram preocupação com o negócio. Entre elas, a Federação das Indústrias do estado do Paraná (Fiep) e a Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio).
A Rumo Logística pertence à Cosan, maior produtora de açúcar do Brasil. A união com a ALL levanta duvidas no mercado sobre as prioridades que a empresa dará como dona da maior companhia ferroviária do país.
O mercado contesta, por exemplo, se a companhia vai priorizar o transporte de açúcar e deixará outros carregamentos de lado. Além disso, a Cosan pode também cobrar taxas mais altas para transportar produtos de concorrentes.
A operação entre a ALL e a Rumo foi anunciada em abril deste ano e é avaliada em mais de 11 bilhões de reais. Resta agora saber quais serão as restrições impostas pelo Cade para que ela seja concluída.
A favor
Ao contrário do que EXAME.com informou, o Grupo São Martinho entende que a fusão entre a ALL e a Rumo "não resultará em dificuldades adicionais para acesso de outras empresas às ferrovias atualmente sob gestão da ALL".
"Acreditamos que a operação poderá resultar em novos investimentos nas linhas férreas e equipamentos de transportes", afirmou a companhia, em documento protocolado no Cade.
*Matéria atualizada em 14/08 às 15h30.
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1. Maiores negócios
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1/11 (Marcos Santos/USP Imagens)
São Paulo - No primeiro semestre do ano, as
fusões e aquisições no país movimentaram 58,6 bilhões de reais e envolveram 44 operações, segundo relatório da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (
Anbima). A maior operação do período foi a fusão entre a
ALL e a Rumo Logística, movimentando mais de 13,5 bilhões de reais. Veja, a seguir, 10 negócios bilionários fechados no primeiro semestre no Brasil, de acordo com a Anbima:
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2. Fusão entre ALL e Rumo Logística
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2/11 (Divulgação/EXAME.com)
Em fevereiro deste ano, a Rumo Logística, que pertence ao grupo Cosan, incorporou a totalidade das ações da América Latina Logística (ALL). A operação foi de 13,5 bilhões de reais. A operação figura como a maior do primeiro semestre no país.
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3. J&F compra 100% da FB Participações
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3/11 (Diego Giudice/Bloomberg)
No final de maio, a J&F Investimentos, holding da família Batista, comprou 100% da FB Participações, que pertencia ao Bertin. A FB Participações era acionista majoritário da JBS, com 43,97% da operação. A aquisição foi fechada por 11,4 bilhões de reais.
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4. Fusão entre Itaú Chile e Corp Group
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4/11 (Luísa Melo/Exame.com/Site Exame)
Em janeiro, o Itaú Unibanco anunciou a fusão de suas operações no Chile com a o grupo Corp Group. O negócio deu origem ao Itaú CorpBanca e movimentou 5,3 bilhões de reais.
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5. Joint venture entre Noble Group e Cofco
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5/11 (Getty Images)
Em abril, a Cofco, maior trading de grãos da China, fechou acordo por uma fatia majoritária no Noble Group. As duas empresas formaram uma joint venture, na qual a Cofco ficou com uma participação de 51% na operação. O negócio foi fechado por 3,2 bilhões de dólares. Embora as companhias não sejam brasileiras, a Noble possui boa parte de seus ativos no país.
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6. BR Properties vende galpões à LPP
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6/11 (Divulgação)
BR Properties vendeu de 34 ativos imobiliários de galpões industriais e de logística de propriedade da companhia para LPP Empreendimentos e Participações, sociedade do grupo Global Logistic Properties Limited (GLP). A operação foi fechada por 3,1 bilhões de reais.
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7. GP Investments vende BR Towers
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7/11 (rendo79 / SXC)
A GP Investments vendeu a BR Towers, empresa de infraestrutura de rede de telecomunicações sem fio, para a American Tower Corporation. A transação envolve 100% das ações da BR Towers e foi fechada por 2,1 bilhões de reais.
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8. Michelin compra Sascar
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8/11 (Mark Thompson/Getty Images)
A GP Investments vendeu a totalidade das ações que detém na Sascar Participações para o Grupo Michelin. A empresa detinha 46% de participação na Sascar. O negócio foi fechado por 1,6 bilhão de reais.
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9. Enersis compra Coelce
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9/11 (DRAWLIO JOCA)
Em fevereiro, A Coelce, Companhia Energética do Ceará, ganhou uma nova dona. A Enersis, braço de investimento latino-americano da empresa espanhola Endesa, elevou sua participação na empresa para 74%. A operação movimentou 1,5 bilhão de reais.
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10. Agora, veja os 50 carros mais vendidos em julho no Brasil
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10/11 (Divulgação/Fiat)