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Por que a Fujifilm não teve o mesmo final que a Kodak

Empresa japonesa lançou até cosmético para fugir do mercado de fotografia

Fujufilm: companhia traçou estratégias para seus negócios não virarem água (Getty Images)

Fujufilm: companhia traçou estratégias para seus negócios não virarem água (Getty Images)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 20 de janeiro de 2012 às 10h42.

São Paulo - Durante muitos anos, a Kodak e a Fujifilm disputaram o mercado mundial de fotografia palmo-a-palmo. A rixa, no entanto, diminuiu  quando as duas companhias perceberam que o negócio de filmes fotográficos já não era mais tão atraente. Apesar da mesma percepção, as rivais optaram por trilhar caminhos diferentes e o veredito de quem fez a escolha certa saiu nesta semana. 

A Kodak precisou pedir concordata para reestruturar seus negócios nos Estados Unidos. A companhia precisa de quase 1 bilhão de dólares para se reerguer. Já a Fujifilm planeja somar uma receita de cerca de 30 bilhões de dólares neste ano e aumentar seu lucro em mais de 30%. 

O sucesso da companhia japonesa, no entanto, foi traçado muitos anos atrás, quando preferiu buscar alternativas antes de sucumbir em mercado decadente – ao contrário da sua rival, que sempre mostrou uma  confiança excessiva no mercado de filmes fotográficos, ignorou a força das máquinas digitais (que ela mesma inventou) e nunca imaginou enfrentar a atual crise em que está envolvida agora.

Veja, a seguir, as principais razões que garantiram o sucesso da Fujifilm:

Não esperou o barco afundar

Diferente da Kodak, a Fujifilm começou a deixar o mercado de fotografia de lado muito antes dele se tornar obsoleto. Mesmo com a chegada da fotografia digital, a empresa decidiu não apostar todas as suas fichas em um único negócio e começou então a diversificar sua receita. Hoje, apenas 1% do faturamento da Fujifilm vem do segmento de fotografia.   


Diversificou seus negócios

Dentre as apostas da companhia, estão os segmentos de telas de LCD para televisores, computadores e outros aparelhos eletrônicos, de equipamentos médicos, medicamentos e até cosméticos. 

Aproveitou o conhecimento que já possuía

Para desenvolver filmes fotográficos, a Fujifilm precisava lidar uma diversidade de produtos químicos. Com bastante conhecimento nessa área, a companhia decidiu usar a experiência e passou a desenvolver outros produtos que levassem os mesmos componentes químicos que ela já sabia manusear. Recentemente, a companhia lançou um produto de beleza que usa o mesmo componente dos filmes fotográficos, por exemplo.

Cortou custos

Para chegar à posição que está hoje, a Fujifilm precisou de muito planejamento e cortes de custo. No ano 2000, a companhia anunciou uma redução de gastos de mais de 2,5 bilhões de dólares. A decisão visava reestruturar os negócios da empresa. Na mesma época, a Fuji reduziu o número de funcionários para voltar à rentabilidade.  

Soube investir

Como decidiu apostar em novos negócios, a Fujifilm não dependeu apenas do crescimento orgânico para avançar no mercado. Desde o ano 2000, a companhia já investiu mais de 8 bilhões de dólares em aquisições. A mais recente foi anunciada no final do ano passado, quando a empresa japonesa comprou, por  1 bilhão de dólares, a SonoSite, fabricante americana de equipamentos médicos. 

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