Por que a Fórmula 1 poderia ser melhor para os hotéis este ano
Lotação dos hotéis em São Paulo é de quase 100% - e esse “quase” é que leva os hoteleiros a dizer que já houve anos melhores
Da Redação
Publicado em 23 de novembro de 2011 às 11h08.
São Paulo – A Fórmula 1 é um dos eventos mais esperados pela hotelaria de São Paulo . A corrida deste final de semana deve gerar uma taxa de ocupação de 95% na rede da cidade. Sem dúvida, é bem mais do que a média de 40% a 60% dos finais de semana comuns, mas, para os hoteleiros , poderia se melhor.
“A duas semanas do evento, São Paulo já estaria lotada”, disse Carlos Bernardo, gerente geral do Pullman São Paulo Ibirapuera. “Mas não é o que ocorre nesse final de semana”, afirmou.
Segundo Bernardo, o Pullman terá 100% de ocupação apenas na sexta-feira e no sábado da corrida. “Estamos lotados, porque fizemos contratos com muita antecedência”, disse. Cerca de 55% dos leitos do hotel foram reservados por empresas que convidam clientes para a prova – e esse tipo de acordo foi fechado no começo do ano.
Bruno Omori, presidente da Abih-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estados de São Paulo, afirma que ainda há tempo para que a ocupação da rede paulistana atinja 100% nos dias da corrida.
Sem empolgação
Mas, mesmo que isso aconteça, outro indicador mostra que a corrida em Interlagos está atraindo menos fãs neste ano. Em outros anos, com o esgotamento rápido das vagas em hotéis da cidade, muitos turistas buscavam vagas em cidades vizinhas. E isso não deve se repetir neste ano, segundo Omori. “No máximo, os hotéis de Guarulhos podem lotar”, diz, referendo-se à cidade em que o aeroporto internacional está instalado.
É fácil entender os motivos pelos quais a Fórmula 1 não empolga tanto os brasileiros neste ano. O primeiro é óbvio: o campeonato foi decidido em outubro e o vencedor do ano é o alemão Sebastian Vettel, da equipe RBR.
Sem dúvida, é uma situação bem menos empolgante que a de 2008, quando o campeonato foi decidido em Interlagos e o título era disputado por um brasileiro – Felipe Massa, pela Ferrari -, e por Lewis Hamilton, da McLaren. Naquele ano, Massa venceu a prova, mas Hamilton ficou com o campeonato ao chegar em um modesto quinto lugar.
Não por acaso, este foi o melhor ano da história recente da Fórmula 1 no Brasil, segundo Omori, da Abih. Alguns torcedores chegaram a se hospedar em Santos (a cerca de 70 quilômetros da capital). “Naquele ano, foram cerca de 150 mil pessoas; gente que nem ia para a corrida e veio pelo clima da cidade”, disse Omori.
Saudades do Senna
E por falar em brasileiros, este é o segundo motivo óbvio que empana o brilho da corrida deste final de semana – e espanta turistas dos hotéis. Não há um piloto brasileiro de destaque neste ano. O mais bem colocado é Felipe Massa, que ainda corre pela Ferrari e está em sexto lugar.
“Muitos que viriam não vieram, porque o campeonato está decidido”, disse Bernardo, do Pullman. Chieko Aoki, fundadora da rede Blue Tree, endossa a avaliação. “Em anos anteriores, encerrávamos as reservas rapidamente e a ocupação atingia 100% na semana que antecedia a corrida”, afirmou.
Outros fatores que influenciaram, segundo Chieko, são a diminuição nos eventos realizados paralelamente por patrocinadores e os altos preços dos ingressos. Na rede Blue Tree, a ocupação média do final de semana fica entre 50% e 55%. No final de semana de Fórmula 1 a média é de 90% de ocupação.
Na contramão
Nos hotéis da rede Accor, o movimento está maior do que na época de Fórmula 1 em 2010, segundo Eric Funtowicz, diretor adjunto de distribuição e gerenciamento de receitas da Accor América Latina. A ocupação está cerca de 4 pontos percentuais acima da registrada em 2010, alcançando cerca de 87%.
O Tivoli São Paulo – Mofarrej é outro que não sentiu uma diminuição no movimento nesse final de semana de Fórmula 1 em relação ao mesmo de 2010. Há um mês o Tivoli São Paulo - Mofarrej já estava com 80% de ocupação para o final de semana da F1, segundo Marco Amaral, diretor geral do Tivoli São Paulo-Mofarrej. “Independente da definição do resultado, as pessoas gostam e participam do evento”, disse Amaral.
Endinheirados
Apesar de a Fórmula 1 não ser o evento que trouxe mais turistas em 2010, seu público é um dos que mais gasta. No ano passado, cada pessoa desembolsou cerca de 5,7 mil reais, segundo dados da São Paulo Turismo.
Nesse ano, o preço dos ingressos para os três dias varia entre 495 reais e 2.590 reais. O turista que vem ver a corrida costuma trazer a família, segundo Omori, da Abih. “No autódromo, cabem 60.000 pessoas, mas geralmente vem uma família para a cidade, que vai para restaurantes, museus”, disse Omori.
Em número de turistas, o GP de Fórmula 1 foi o nono maior evento da cidade em número de turistas em 2010, com 44.000 pessoas. Mas foi o segundo maior em valores movimentados: 250 milhões de reais em três dias de evento, atrás apenas do Salão do Automóvel, que movimentou 360 milhões de reais – mas o gasto médio, por pessoa, foi de 1,2 mil reais.
São Paulo – A Fórmula 1 é um dos eventos mais esperados pela hotelaria de São Paulo . A corrida deste final de semana deve gerar uma taxa de ocupação de 95% na rede da cidade. Sem dúvida, é bem mais do que a média de 40% a 60% dos finais de semana comuns, mas, para os hoteleiros , poderia se melhor.
“A duas semanas do evento, São Paulo já estaria lotada”, disse Carlos Bernardo, gerente geral do Pullman São Paulo Ibirapuera. “Mas não é o que ocorre nesse final de semana”, afirmou.
Segundo Bernardo, o Pullman terá 100% de ocupação apenas na sexta-feira e no sábado da corrida. “Estamos lotados, porque fizemos contratos com muita antecedência”, disse. Cerca de 55% dos leitos do hotel foram reservados por empresas que convidam clientes para a prova – e esse tipo de acordo foi fechado no começo do ano.
Bruno Omori, presidente da Abih-SP (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estados de São Paulo, afirma que ainda há tempo para que a ocupação da rede paulistana atinja 100% nos dias da corrida.
Sem empolgação
Mas, mesmo que isso aconteça, outro indicador mostra que a corrida em Interlagos está atraindo menos fãs neste ano. Em outros anos, com o esgotamento rápido das vagas em hotéis da cidade, muitos turistas buscavam vagas em cidades vizinhas. E isso não deve se repetir neste ano, segundo Omori. “No máximo, os hotéis de Guarulhos podem lotar”, diz, referendo-se à cidade em que o aeroporto internacional está instalado.
É fácil entender os motivos pelos quais a Fórmula 1 não empolga tanto os brasileiros neste ano. O primeiro é óbvio: o campeonato foi decidido em outubro e o vencedor do ano é o alemão Sebastian Vettel, da equipe RBR.
Sem dúvida, é uma situação bem menos empolgante que a de 2008, quando o campeonato foi decidido em Interlagos e o título era disputado por um brasileiro – Felipe Massa, pela Ferrari -, e por Lewis Hamilton, da McLaren. Naquele ano, Massa venceu a prova, mas Hamilton ficou com o campeonato ao chegar em um modesto quinto lugar.
Não por acaso, este foi o melhor ano da história recente da Fórmula 1 no Brasil, segundo Omori, da Abih. Alguns torcedores chegaram a se hospedar em Santos (a cerca de 70 quilômetros da capital). “Naquele ano, foram cerca de 150 mil pessoas; gente que nem ia para a corrida e veio pelo clima da cidade”, disse Omori.
Saudades do Senna
E por falar em brasileiros, este é o segundo motivo óbvio que empana o brilho da corrida deste final de semana – e espanta turistas dos hotéis. Não há um piloto brasileiro de destaque neste ano. O mais bem colocado é Felipe Massa, que ainda corre pela Ferrari e está em sexto lugar.
“Muitos que viriam não vieram, porque o campeonato está decidido”, disse Bernardo, do Pullman. Chieko Aoki, fundadora da rede Blue Tree, endossa a avaliação. “Em anos anteriores, encerrávamos as reservas rapidamente e a ocupação atingia 100% na semana que antecedia a corrida”, afirmou.
Outros fatores que influenciaram, segundo Chieko, são a diminuição nos eventos realizados paralelamente por patrocinadores e os altos preços dos ingressos. Na rede Blue Tree, a ocupação média do final de semana fica entre 50% e 55%. No final de semana de Fórmula 1 a média é de 90% de ocupação.
Na contramão
Nos hotéis da rede Accor, o movimento está maior do que na época de Fórmula 1 em 2010, segundo Eric Funtowicz, diretor adjunto de distribuição e gerenciamento de receitas da Accor América Latina. A ocupação está cerca de 4 pontos percentuais acima da registrada em 2010, alcançando cerca de 87%.
O Tivoli São Paulo – Mofarrej é outro que não sentiu uma diminuição no movimento nesse final de semana de Fórmula 1 em relação ao mesmo de 2010. Há um mês o Tivoli São Paulo - Mofarrej já estava com 80% de ocupação para o final de semana da F1, segundo Marco Amaral, diretor geral do Tivoli São Paulo-Mofarrej. “Independente da definição do resultado, as pessoas gostam e participam do evento”, disse Amaral.
Endinheirados
Apesar de a Fórmula 1 não ser o evento que trouxe mais turistas em 2010, seu público é um dos que mais gasta. No ano passado, cada pessoa desembolsou cerca de 5,7 mil reais, segundo dados da São Paulo Turismo.
Nesse ano, o preço dos ingressos para os três dias varia entre 495 reais e 2.590 reais. O turista que vem ver a corrida costuma trazer a família, segundo Omori, da Abih. “No autódromo, cabem 60.000 pessoas, mas geralmente vem uma família para a cidade, que vai para restaurantes, museus”, disse Omori.
Em número de turistas, o GP de Fórmula 1 foi o nono maior evento da cidade em número de turistas em 2010, com 44.000 pessoas. Mas foi o segundo maior em valores movimentados: 250 milhões de reais em três dias de evento, atrás apenas do Salão do Automóvel, que movimentou 360 milhões de reais – mas o gasto médio, por pessoa, foi de 1,2 mil reais.