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Por que a CSN quer tanto a Usiminas

União daria origem a uma gigante no mercado interno

Usiminas: a CSN vem comprando, aos poucos, participação na Usiminas - mas ainda está fora do bloco de controle
DR

Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2011 às 13h46.

São Paulo – Não é de hoje que Benjamin Steinbruch, controlador da CSN, persegue a Usiminas. Ele já comprou 11,29% da empresa na Bovespa.  Depois de perder quatro grandes negócios nos últimos quatro anos, o empresário não quer apenas reabilitar sua fama de bom negociador. Ele tem outros motivos que justificariam a fusão da Usiminas com a CSN:

Está barato

Esse ano, a siderurgia enfrenta um momento ruim e as ações da Usiminas estão baratas, segundo a equipe de pesquisas da Planner Corretora. A CSN vem se aproveitando disso para comprar as ações da rival na bolsa. “Na visão de longo prazo, está barato agora”, segundo a equipe, cuja expectativa é que a CSN continue comprando em bolsa, caso não consiga adquirir os 26%.

Aços Planos

A Usiminas é a líder brasileira em aços planos, usados, entre outros, na indústria automotiva e em eletrodomésticos. A empresa tem capacidade para produzir 9,5 milhões de toneladas de aço bruto por ano - cerca de 25% da produção brasileira. A CSN também é um grande player no Brasil, com uma capacidade de produção de cerca de 5,5 milhões de toneladas. Uma união daria origem a uma gigante ainda maior que a Usiminas.

Embora as duas empresas fabriquem aços planos, possuem linhas de produtos diferenciadas. Com isso, o portfólio de uma completaria o da outra. A CSN tem força na mineração e na logística, enquanto a Usiminas tem força na distribuição do aço no Brasil.

Demanda

A união não traria grandes vantagens para as empresas no exterior, segundo Rafael Weber, analista da Geração Futuro, uma vez que nenhuma delas tem grande exposição fora – onde há grande oferta e a competição com os produtos chineses. Mas, no mercado interno, a empresa teria grande controle da produção, e poderia ter maior facilidade para manter o nível de produção condizente com a demanda.

Para Weber, a aquisição não seria uma tentativa da CSN de evitar ser alvo de aquisições por parte de empresas do exterior. “Há pouco espaço para esse tipo de operação por causa do clima de incerteza na siderurgia fora”, disse. Com base nas cotações de ontem, o valor de mercado da CSN é de 23 bilhões de reais. A Usiminas soma 18 bilhões de reais.

Minério de ferro

Outro ponto de interesse é o minério de ferro. A Usiminas vem investindo para atingir a autossuficiência em minério de ferro. A CSN, por sua vez, possui minas de minério de ferro localizadas no Quadrilátero Ferrífero, em MG. Nesse ponto, a união poderia representar uma redução de custos.

Desempenho

A CSN tem registrado resultados financeiros melhores que a da Usiminas, segundo Weber. No segundo trimestre, o lucro líquido da Usiminas caiu 62% em relação ao mesmo trimestre de 2010. No período, o lucro da CSN foi 32% superior ao do mesmo período do ano passado.

Uma parte disso é explicada pela autossuficiência energética da CSN e pelo minério de ferro, segundo Weber. Mas esse não é o único fator. “A CSN deve imaginar que, estando dentro do bloco de controle, pode fazer a Usiminas ter uma performance mais próxima da dela”, disse. O problema de Steinbruch é convencer os atuais controladores de que ele pode, sim, ajudar a Usiminas a melhorar.

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São Paulo – Não é de hoje que Benjamin Steinbruch, controlador da CSN, persegue a Usiminas. Ele já comprou 11,29% da empresa na Bovespa.  Depois de perder quatro grandes negócios nos últimos quatro anos, o empresário não quer apenas reabilitar sua fama de bom negociador. Ele tem outros motivos que justificariam a fusão da Usiminas com a CSN:

Está barato

Esse ano, a siderurgia enfrenta um momento ruim e as ações da Usiminas estão baratas, segundo a equipe de pesquisas da Planner Corretora. A CSN vem se aproveitando disso para comprar as ações da rival na bolsa. “Na visão de longo prazo, está barato agora”, segundo a equipe, cuja expectativa é que a CSN continue comprando em bolsa, caso não consiga adquirir os 26%.

Aços Planos

A Usiminas é a líder brasileira em aços planos, usados, entre outros, na indústria automotiva e em eletrodomésticos. A empresa tem capacidade para produzir 9,5 milhões de toneladas de aço bruto por ano - cerca de 25% da produção brasileira. A CSN também é um grande player no Brasil, com uma capacidade de produção de cerca de 5,5 milhões de toneladas. Uma união daria origem a uma gigante ainda maior que a Usiminas.

Embora as duas empresas fabriquem aços planos, possuem linhas de produtos diferenciadas. Com isso, o portfólio de uma completaria o da outra. A CSN tem força na mineração e na logística, enquanto a Usiminas tem força na distribuição do aço no Brasil.

Demanda

A união não traria grandes vantagens para as empresas no exterior, segundo Rafael Weber, analista da Geração Futuro, uma vez que nenhuma delas tem grande exposição fora – onde há grande oferta e a competição com os produtos chineses. Mas, no mercado interno, a empresa teria grande controle da produção, e poderia ter maior facilidade para manter o nível de produção condizente com a demanda.

Para Weber, a aquisição não seria uma tentativa da CSN de evitar ser alvo de aquisições por parte de empresas do exterior. “Há pouco espaço para esse tipo de operação por causa do clima de incerteza na siderurgia fora”, disse. Com base nas cotações de ontem, o valor de mercado da CSN é de 23 bilhões de reais. A Usiminas soma 18 bilhões de reais.

Minério de ferro

Outro ponto de interesse é o minério de ferro. A Usiminas vem investindo para atingir a autossuficiência em minério de ferro. A CSN, por sua vez, possui minas de minério de ferro localizadas no Quadrilátero Ferrífero, em MG. Nesse ponto, a união poderia representar uma redução de custos.

Desempenho

A CSN tem registrado resultados financeiros melhores que a da Usiminas, segundo Weber. No segundo trimestre, o lucro líquido da Usiminas caiu 62% em relação ao mesmo trimestre de 2010. No período, o lucro da CSN foi 32% superior ao do mesmo período do ano passado.

Uma parte disso é explicada pela autossuficiência energética da CSN e pelo minério de ferro, segundo Weber. Mas esse não é o único fator. “A CSN deve imaginar que, estando dentro do bloco de controle, pode fazer a Usiminas ter uma performance mais próxima da dela”, disse. O problema de Steinbruch é convencer os atuais controladores de que ele pode, sim, ajudar a Usiminas a melhorar.

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