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Ponto quente?

Sob nova administração

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de outubro de 2010 às 13h16.

Depois de quatro meses sem presidente, a cadeia de varejo Ponto Frio -- com faturamento de 2,7 bilhões de reais em 2002 -- contratou, no dia 12 de setembro, o gaúcho Roberto Britto para seu comando. Irmão de Antônio Britto, ex-governador do Rio Grande do Sul, Roberto, de 49 anos, ocupava desde o início do ano a presidência da cadeia nordestina de supermercados Bompreço. Ele assumiu o Ponto Frio com dois reforços de peso: Pedro Malan, ex-ministro da fazenda, e Francisco Gros, ex-presidente do Banco Central e da Petrobras, nomeados presidente e vice-presidente do conselho de administração da empresa.

A troca de presidente no Ponto Frio resolve, em parte, um problema que se arrasta há décadas: o péssimo relacionamento entre a bilionária Lily Safra, principal acionista da rede, e Simon Alouan, detentor de 18% das ações, que presidiu a empresa por 30 anos e agora ocupa uma cadeira no conselho. O problema era contornado por Edmond Safra, que foi marido de Lily por 26 anos e se dava bem com Alouan. Desde sua morte, em 1999, a situação se deteriorou. Alouan abandonou a presidência da rede em maio deste ano.

A troca de comando suscitou rumores de que a empresa será vendida. Uma das especulações mais fortes era que a família Klein, dona da Casas Bahia, teria mandado um emissário para negociar a compra da rival. Uma fonte próxima aos Klein negou o interesse. O Pão de Açúcar, caso não fique com o Bompreço, também é cotado como potencial interessado. Outra hipótese seria a de um comprador estrangeiro. "As figuras de Malan e Gros podem ser estratégicas para esse tipo de negociação, pois ambos são reconhecidos internacionalmente", diz Eugênio Foganholo, da Mixxer, consultoria paulista de varejo.

Mesmo apostando na venda, os analistas ouvidos por EXAME não acreditam que ela aconteça agora. "Hoje, a empresa seria vendida a um preço abaixo do que vale", diz Bruno Levacov, da Investidor Profissional, administradora de recursos e acionista minoritária do Ponto Frio. A análise faz sentido. Reajustado a valores presentes, o faturamento do Ponto Frio encolheu 15% nos últimos três anos, segundo o anuário Melhores e Maiores, de EXAME. A empresa é sólida, mas teve perdas de 14 milhões de reais no segundo trimestre de 2003.

Os rumores de venda são veementemente desmentidos pelo Ponto Frio. A empresa diz que apenas pretende se profissionalizar, tirando os acionistas do dia-a-dia e formando um conselho forte -- providência recomendável com ou sem o objetivo de vendê-la.

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