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Pokémon Go oferece vislumbre de negócio entre SoftBank e ARM

Sempre que um fã de Pokémon Go esgota a bateria do smartphone, isso serve de lembrete de que a tecnologia de chips ainda tem um longo caminho pela frente


	Pokémon GO: o famoso jogo que para funcionar depende de recursos que consomem muita bateria, está revelando para as pessoas os limites e as capacidades de seus smartphones
 (Akio Kon/Bloomberg)

Pokémon GO: o famoso jogo que para funcionar depende de recursos que consomem muita bateria, está revelando para as pessoas os limites e as capacidades de seus smartphones (Akio Kon/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2016 às 16h45.

Sempre que um fã de Pokémon Go esgota a bateria do smartphone ao caçar monstros virtuais, isso serve de lembrete de que a tecnologia de chips ainda tem um longo caminho pela frente.

A empresa que está preparada para ampliar os limites da computação móvel é a ARM Holdings, que construiu seu negócio em torno do desenvolvimento de chips que espremem ao máximo a capacidade limitada da bateria dos aparelhos móveis e domina 85 por cento do mercado.

Masayoshi Son ergueu a SoftBank Group com apostas grandes e antecipadas em computadores pessoais, banda larga e smartphones. Agora, ele investirá US$ 32 bilhões para comprar a ARM, apostando que os chips da empresa poderão ser usados em veículos autônomos, aparelhos de realidade virtual e máquinas com inteligência artificial.

Pokémon Go, o famoso jogo que para funcionar depende de recursos do GPS e da câmera, que consomem muita bateria, está revelando para as pessoas os limites e as capacidades de seus smartphones.

“A ARM detém licenças para tecnologias fundamentais, então Son está efetivamente assumindo o controle da mesa de roleta”, disse Yoshihisa Toyosaki, analista da Architect Grand Design, empresa de consultoria e pesquisa sobre eletrônicos em Tóquio. “Seria interessante ver como o pensamento dele afetará a estratégia da ARM no futuro”.

Son defende que a maior aquisição da história da empresa irá além dos smartphones e é um investimento no futuro dos aparelhos conectados, conhecidos como a Internet das Coisas.

Apple, Google, Samsung, General Electric e outros gigantes do setor tecnológico têm termostatos, lavadoras e relógios conectados à internet. Quaisquer que sejam esses aparelhos, e qualquer que seja o software utilizado por eles, Son aposta que eles funcionarão com o silício desenvolvido pela ARM.

“O investimento da SoftBank na ARM poderia valer a pena não apenas com um maior crescimento da ARM, mas também por ajudar a proteger outros investimentos da empresa e conduzir estratégias futuras de investimento”, disseram Tom Hackenberg e Lee Ratliff, analistas da IHS Markit, em um relatório.

“A empresa representa uma peça fundamental de tecnologia presente em praticamente todos os mercados tecnológicos que guiam a ‘revolução da informação’ na essência da visão da SoftBank”.

Nem todos estão convencidos. O acordo não combina com a estratégia de investimento da SoftBank definida pelo ex-presidente Nikesh Arora, disse Atul Goyal, analista do Jefferies Group.

Até agora, a empresa japonesa buscou participações minoritárias em startups prontas para revolucionar setores estabelecidos, como o serviço indiano de solicitação de motoristas Ola e o banco online americano Social Finance.

“Alguns dos aparelhos de que ele fala, como geladeiras, casas e todas essas coisas, também precisam de aço que, por sua vez, precisa de ferro”, disse Goyal. “É possível extrapolar a lógica para qualquer lado”.

Alguns investidores da SoftBank parecem concordar com essa perspectiva. As ações despencaram 10 por cento, para 5,387 ienes, nesta terça-feira, a maior queda desde 2012.

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