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Plataforma de compra e venda de caminhões chega ao mercado com investimentos de R$ 5 milhões

Agnaldo Souza Filho, atual diretor-presidente da Expresso Nepomuceno, é o principal investidor da operação, iniciada em março deste ano

Melodivo Filho: a gente esperava que tivesse aderência, mas nos surpreendemos neste curto espaço de tempo (Quero Truck/Divulgação)
Marcos Bonfim

Repórter de Negócios

Publicado em 24 de junho de 2023 às 09h01.

“Cai uma gotinha de diesel no sangue e você acaba não saindo mais”. Com mais de 20 anos no mercado de transporte, é assim que Melodivo Filho começa a contar a história que ganhou um novo capítulo recentemente.

Ele é o fundador e o CEO da Quero Truck, um marketplace para facilitar a compra e vendas de caminhões novos e usados. Em funcionamento desde março deste ano, a startup fundada na região metropolitana de Belo Horizonte começou a ser construída em 2021.

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O projeto é transformar o que é hoje um marketplace em uma plataforma que ofereça serviços para todas as demandas dos caminhoneiros. No jargão do mercado, o modelo de one-stop-shop, com opções de financiamento, componentes que ajudam no transporte de carga (implementos), peças, benefícios e vantagens em postos de gasolina.

Segundo Melodivo, há uma lacuna no mercado que dificulta a venda comercialização de caminhões, problema que a Quero Truck se propõe a enfrentar. De um lado, estão empresas cujo negócio é fazer transporte de carga – não vender veículos -; e do outro estão caminhoneiros, grande parte deles autônomos, que não podem perder muito tempo em busca de um veículo porque dependem das viagens e do dinheiro.

Como a startup ficou de pé

O Brasil terminou o ano de 2022 com uma frota de 2,16 milhões de caminhões, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), número que pode servir de base para dar a dimensão do potencial do mercado que a Quero Truck ataca.

Para erguer o negócio, Melodivo recorreu a velhos conhecidos. O profissional começou a carreira na Expresso Nepomuceno, empresa mineira de transporte e logística em que trabalhou por quase 17 anos, entre 2001 e 2017.

O projeto interessou a Agnaldo Souza Filho, atual diretor-presidente da companhia fundada pelo seu pai, Agnaldo Souza. O executivo comprou 84% de participação na empresa e aportou a maior fatia dos 5 milhões investidos no desenvolvimento da Quero Truck.

Os outros 16% estão divididos igualmente entre Melodivo e Vinícius Alves Abrahão, sócio e também fundador da Gooxxy, plataforma para combater o desperdício de produtos da cadeia de alimentos e bebidas.

Quais os próximos movimentos

No pouco tempo de vida, a plataforma conta com quase 2 mil veículos anunciados. “A gente esperava que tivesse aderência, mas o número surpreendeu neste curto espaço de tempo”, diz Melodivo. Agora, a expectativa é ter veículos em oferta de todos os estados até o fim do ano, um dos motivos para a empresa estimar investimentos de R$ 1 milhão em publicidade neste primeiro ano.

A Quero Truck é monetizada por cada anúncio feito na ferramenta e oferece pacotes de acordo com a demanda do cliente. Em muitos casos, transportadoras e revendas. A empresa não tem comissionamento sobre as vendas.

A medida que coloca mais funcionalidades em operação como aplicativos, podcast e comunicação em redes sociais, a ideia da startup é transformar esses espaços em canais de mídia, optando novas receitas. Nas contas dos sócios, o investimento de R$ 5 milhões tem o potencial de ser pago em apenas dois anos de operação da Quero Truck.

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