GOOGLE: questionamentos aumentam pressão sobre a empresa (Sergio Perez/Reuters)
Reuters
Publicado em 14 de setembro de 2018 às 15h01.
Última atualização em 17 de setembro de 2018 às 11h20.
Um grupo bipartidário de 16 parlamentares dos Estados Unidos perguntou ao Google, da Alphabet, na quinta-feira se a empresa cumprirá as políticas chinesas de censura e vigilância na internet, caso o site de busca volte ao mercado chinês.
O questionamento aumentou a pressão sobre o Google para divulgar precauções que seriam necessárias para proteger a segurança de seus usuários se os reguladores chineses permitirem que seu mecanismo de busca opere no país.
Mais de mil funcionários do Google, seis senadores norte-americanos e pelo menos 14 grupos de direitos humanos escreveram para a empresa mostrando preocupação com suas ambições na China.
Na véspera, Jack Poulson, pesquisador que trabalhou para o Google por mais de dois anos, disse que renunciou por achar que a empresa não estava honrando o compromisso com os direitos humanos ao projetar uma versão censurada do aplicativo de busca.
Poulson disse à Reuters que os executivos não especificaram qual seria o limite da empresa para aceitar as exigências chinesas. "Infelizmente, a resposta praticamente unânime ao longo de três semanas foi: 'Eu também não sei'", disse Poulson.
O Google se recusou a comentar diretamente a carta dos legisladores ou as renúncias de funcionários, mas disse em comunicado que "investiu por muitos anos para ajudar os usuários chineses" e descreveu seu "trabalho em mecanismos de pesquisa" como "exploratório" e "não próximo de lançamento".
Na carta, os legisladores dos EUA perguntaram se o Google "garantiria que cidadãos chineses ou estrangeiros residentes na China, incluindo norte-americanos, não sejam vigiados nem segmentados por meio de aplicativos do Google".
A Reuters publicou no mês passado que o Google planeja buscar aval do governo para fornecer uma versão de seu mecanismo de busca na China que bloqueia alguns sites e termos de busca.