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Plano de demissões voluntárias dos Correios tem 5 mil adesões

A estatal fechou 2016 com prejuízo em torno de R$ 2 bilhões, quarto ano consecutivo de balanço no vermelho

Correios: economia com o PDV aos cofres da empresa deve ficar em torno de R$ 500 milhões por ano (Lia Lubambo/Site Exame)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de fevereiro de 2017 às 11h46.

Última atualização em 8 de junho de 2020 às 15h45.

Brasília - No último dia de adesão, o plano de demissão voluntária (PDV) dos Correios atingiu a marca de 5 mil inscrições. O balanço fechado só vai ser divulgado na próxima semana, mas os desligamentos serão inferiores à meta de 8,2 mil funcionários.

Dessa forma, a economia com o PDV aos cofres da empresa deve ficar em torno de R$ 500 milhões por ano - menor do que a estimativa da empresa, de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão. "É um número representativo, mas ainda não sei se é suficiente, precisa ser analisado", avaliou o presidente dos Correios, Guilherme Campos.

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Para o representante dos trabalhadores no conselho de administração dos Correios, Marcos César Alves Silva, o desligamento de 5 mil funcionários de uma vez só é bastante significativo, quase 5% da atual folha de pagamento.

"A empresa acaba perdendo um capital valioso, presente na experiência e no conhecimento dos que a deixam", afirmou. Segundo ele, a empresa está sem concurso desde 2011 e alguns dos que vão sair são carteiros e atendentes, o que pode afetar o atendimento ao público.

O plano foi antecipado pelo Estado em novembro de 2016 e tinha como público elegível 17,7 mil empregados. Os trabalhadores tinham até o fim do dia desta sexta-feira para fazer a adesão.

A meta foi colocada pela empresa tendo em vista a média registrada nos últimos planos. Puderam participar funcionários com tempo de serviço igual ou superior a 15 anos e com idade maior ou igual a 55 anos.

Alguns funcionários disseram, sob a condição de anonimato, que adesão foi menor porque o plano foi "mal vendido" e falta confiança dos empregados na atual administração. Além disso, outra preocupação é com o futuro do Postalis (fundo de pensão dos funcionários dos Correios), que registra rombos seguidos desde 2012.

Para incentivar a adesão ao plano, a empresa ofereceu uma indenização que pode chegar a até 35% do salário por, no máximo, oito anos. A indenização - chamada de Incentivo Financeiro Diferido (IFD) - será reajustada anualmente com base na inflação oficial. No caso de falecimento do empregado, a indenização será mantida aos herdeiros.

O benefício tem teto de R$ 10 mil mensais e o cálculo leva em consideração a média dos salários recebidos nos últimos 60 meses e o tempo de serviço nos Correios, além da idade.

A estatal, que tem o monopólio da entrega de cartas pessoais e comerciais, cartões-postais e malotes e pouca concorrência em cidades do interior, fechou 2016 com prejuízo em torno de R$ 2 bilhões, número próximo ao de 2015.

Trata-se do quarto ano consecutivo que os Correios fecham no vermelho. Como mostrou o Estado, a empresa estuda fechar agências em todas as regiões metropolitanas do País para economizar.

Mais de dez anos após ser o palco inaugural do escândalo do mensalão, a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ainda sofre, segundo quem acompanha o dia a dia da companhia, as consequências do aparelhamento político-partidário a que foi submetida nos últimos anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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