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Pimco e Fidelity sofrem com colapso de títulos da Petrobras

Para quem investiu nos títulos de 100 anos da Petrobras, a jogada acabou sendo um erro de cálculo custoso

Logo da Petrobras refletido em janela (Paulo Whitaker/Reuters)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de setembro de 2015 às 21h36.

Quando a Petrobras vendeu bonds de 100 anos, em junho, a decisão foi amplamente interpretada como um sinal de que a produtora de petróleo contaminada pela corrupção havia deixado a pior parte de seus problemas para trás.

Para investidores como a Pacific Investment Management Co. ( Pimco ), a Fidelity Management Research Co. e a Capital Group Inc. -- as três maiores detentoras dos títulos --, a jogada acabou sendo um erro de cálculo custoso.

Desde a oferta de US$ 2,5 bilhões, os bonds caíram 15 por cento. Trata-se de uma queda quatro vezes maior que a média de prejuízo das dívidas de empresas de mercados emergentes.

O declínio se aprofundou nesta semana, quando os títulos atingiram uma baixa recorde de 69,5 centavos de dólar depois que a Standard Poor’s reduziu para o grau especulativo a classificação de crédito da Petrobras.

A mais endividada entre as grandes produtoras de petróleo do mundo tinha perdido o grau de investimento sete meses antes pela Moody’s Investors Service porque uma investigação cada vez mais ampla sobre supostos pagamentos de propina a ex-executivos da empresa controlada pelo Estado fez com que ela atrasasse a divulgação de seus balanços.

“Tudo foi precificado à perfeição mas, infelizmente, com exceção dos jogadores de futebol, o Brasil quase nunca atinge a perfeição”, disse Russ Dallen, trader-chefe da Caracas Capital Markets, de Miami.

A Pimco não respondeu aos pedidos de comentário enviados por e-mail. A Fidelity e a Capital Group preferiram não comentar. A Petrobras não respondeu a um e-mail em busca de comentário sobre o desempenho de seus bonds.

A empresa disse em um comunicado, no dia 10 de setembro, que já tomou empréstimos suficientes para financiar seus projetos a médio prazo.

Century bonds

Os yields sobre os bonds de 6,85 por cento da Petrobras, que vencem em 2115, subiram 1,5 ponto percentual, para o recorde de 9,86 por cento, desde que foram emitidos, no dia 2 de junho, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A Petrobras, que tem sede no Rio de Janeiro, vendeu os chamados century bonds -- os primeiros emitidos por uma empresa de um país em desenvolvimento desde 1997 -- após encerrar um atraso de cinco meses na publicação de lucros, em abril.

Contudo, as dificuldades da Petrobras só pioraram depois da venda, pois os preços do petróleo sofreram um declínio ainda maior.

Neste mês, o UBS AG reduziu suas estimativas de lucros para a Petrobras em 2015 em 80 por cento com base nos preços mais baixos do petróleo e em encargos fiscais inesperados.

Grande Depressão

Os próprios problemas do Brasil também pioraram, e a economia agora caminha para a mais longa recessão desde a Grande Depressão.

A S&P, que reduziu a classificação da Petrobras um dia depois do rebaixamento do Brasil, sinalizou mais cortes para a empresa ao manter a perspectiva negativa.

Para cortar dívidas, a Petrobras está buscando reduzir US$ 12 bilhões em despesas até 2019 e começou a revisar os contratos de sua frota de navios de perfuração offshore.

Contudo, a queda de 50 por cento nos preços do petróleo nos últimos 12 meses tornará difícil para a empresa captar dinheiro por meio da venda de ativos, disse o Bank of America Corp. em uma nota a clientes, no dia 11 de setembro.

“A Petrobras e o Brasil terão que se acostumar a pagar mais”, disse Dallen, da Caracas Capital Markets.

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Quando a Petrobras vendeu bonds de 100 anos, em junho, a decisão foi amplamente interpretada como um sinal de que a produtora de petróleo contaminada pela corrupção havia deixado a pior parte de seus problemas para trás.

Para investidores como a Pacific Investment Management Co. ( Pimco ), a Fidelity Management Research Co. e a Capital Group Inc. -- as três maiores detentoras dos títulos --, a jogada acabou sendo um erro de cálculo custoso.

Desde a oferta de US$ 2,5 bilhões, os bonds caíram 15 por cento. Trata-se de uma queda quatro vezes maior que a média de prejuízo das dívidas de empresas de mercados emergentes.

O declínio se aprofundou nesta semana, quando os títulos atingiram uma baixa recorde de 69,5 centavos de dólar depois que a Standard Poor’s reduziu para o grau especulativo a classificação de crédito da Petrobras.

A mais endividada entre as grandes produtoras de petróleo do mundo tinha perdido o grau de investimento sete meses antes pela Moody’s Investors Service porque uma investigação cada vez mais ampla sobre supostos pagamentos de propina a ex-executivos da empresa controlada pelo Estado fez com que ela atrasasse a divulgação de seus balanços.

“Tudo foi precificado à perfeição mas, infelizmente, com exceção dos jogadores de futebol, o Brasil quase nunca atinge a perfeição”, disse Russ Dallen, trader-chefe da Caracas Capital Markets, de Miami.

A Pimco não respondeu aos pedidos de comentário enviados por e-mail. A Fidelity e a Capital Group preferiram não comentar. A Petrobras não respondeu a um e-mail em busca de comentário sobre o desempenho de seus bonds.

A empresa disse em um comunicado, no dia 10 de setembro, que já tomou empréstimos suficientes para financiar seus projetos a médio prazo.

Century bonds

Os yields sobre os bonds de 6,85 por cento da Petrobras, que vencem em 2115, subiram 1,5 ponto percentual, para o recorde de 9,86 por cento, desde que foram emitidos, no dia 2 de junho, segundo dados compilados pela Bloomberg.

A Petrobras, que tem sede no Rio de Janeiro, vendeu os chamados century bonds -- os primeiros emitidos por uma empresa de um país em desenvolvimento desde 1997 -- após encerrar um atraso de cinco meses na publicação de lucros, em abril.

Contudo, as dificuldades da Petrobras só pioraram depois da venda, pois os preços do petróleo sofreram um declínio ainda maior.

Neste mês, o UBS AG reduziu suas estimativas de lucros para a Petrobras em 2015 em 80 por cento com base nos preços mais baixos do petróleo e em encargos fiscais inesperados.

Grande Depressão

Os próprios problemas do Brasil também pioraram, e a economia agora caminha para a mais longa recessão desde a Grande Depressão.

A S&P, que reduziu a classificação da Petrobras um dia depois do rebaixamento do Brasil, sinalizou mais cortes para a empresa ao manter a perspectiva negativa.

Para cortar dívidas, a Petrobras está buscando reduzir US$ 12 bilhões em despesas até 2019 e começou a revisar os contratos de sua frota de navios de perfuração offshore.

Contudo, a queda de 50 por cento nos preços do petróleo nos últimos 12 meses tornará difícil para a empresa captar dinheiro por meio da venda de ativos, disse o Bank of America Corp. em uma nota a clientes, no dia 11 de setembro.

“A Petrobras e o Brasil terão que se acostumar a pagar mais”, disse Dallen, da Caracas Capital Markets.

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