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Philip Morris negocia fusão com Altria para criar gigante de US$ 200 bi

O anúncio ocorre em um momento delicado para a dona da marca Marlboro, devido a notícias sobre os efeitos negativos do cigarro eletrônico para a saúde

Na semana passada, foi noticiada a primeira morte por graves problemas respiratórios supostamente associada ao consumo de cigarros eletrônicos nos Estados Unidos, onde foram registrados 193 casos de pacientes com sintomas similares que haviam usado o dispositivo (Akio Kon/Divulgação)

Na semana passada, foi noticiada a primeira morte por graves problemas respiratórios supostamente associada ao consumo de cigarros eletrônicos nos Estados Unidos, onde foram registrados 193 casos de pacientes com sintomas similares que haviam usado o dispositivo (Akio Kon/Divulgação)

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EFE

Publicado em 27 de agosto de 2019 às 15h23.

Última atualização em 27 de agosto de 2019 às 15h24.

Nova York - A Philip Morris International, maior empresa de tabaco do mundo, informou que tem conversado com o Altria Group sobre uma possível "fusão de iguais", operação que dependerá da aprovação das diretorias e dos acionistas das duas companhias, assim como dos órgãos reguladores. Caso a transação obtenha aval de todas as partes, será criada uma gigante de cigarros de mais de 200 bilhões de dólares.

A informação foi divulgada, nesta terça-feira (27), em comunicado pela Philip Morris International que vende marcas emblemáticas como Marlboro em mais de 180 países (Altria as comercializa nos Estados Unidos). A indústria do tabaco está mudando rapidamente com a queda da venda de cigarros, o que levou as empresas a buscarem novas vias de crescimento, como cigarros eletrônicos.

O anúncio da movimentação ocorre em um momento delicado para a Philip Morris, que no último mês viu suas ações caírem 16%, devido a notícias alarmantes sobre os efeitos dos cigarros eletrônicos para a saúde.

A estratégia comercial da gigante avaliada em 120 bilhões de reais é conseguir "um futuro livre de fumaça", ou seja, liderar uma transformação na indústria do tabaco para substituir os cigarros tradicionais por produtos como os cigarros eletrônicos e outros dispositivos tecnológicos de consumo de nicotina e outras substâncias.

"Está construindo um futuro com uma nova categoria de produtos livres de fumaça que, embora não sejam livres de riscos, são uma opção muito melhor que continuar fumando", destacou a empresa em comunicado, uma afirmação que sempre recebe muitas críticas dos setores médicos, que questionam um negócio baseado em altos riscos para a saúde.

Na semana passada, foi noticiada a primeira morte por graves problemas respiratórios supostamente associada ao consumo de cigarros eletrônicos nos Estados Unidos, onde foram registrados 193 casos de pacientes com sintomas similares que haviam usado o dispositivo.

Os Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças (CDC, em inglês) afirmaram que ainda não foi estabelecida a causa concreta dessa morte, mas que muitos dos casos detectados de pacientes com graves problemas respiratórios tinham consumido produtos que continham tetrahidrocannabinol - principal componente psicoativo da maconha.

Se chegarem a um acordo, Philip Morris International e Altria se fundiriam mais de uma década após as duas empresas decidirem operar de forma independente. Altria tem se mantido como uma empresa focada principalmente nos Estados Unidos, vendendo cigarros Marlboro em nível nacional, enquanto a Philip Morris se concentra em vender cigarros no exterior.

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