Wesley Batista (Paulo Fridman/Bloomberg)
Clara Cerioni
Publicado em 13 de setembro de 2017 às 06h56.
Última atualização em 13 de setembro de 2017 às 08h26.
São Paulo - A Polícia Federal (PF) prendeu nesta quarta-feira o empresário Wesley Batista, presidente-executivo da JBS, como parte de uma investigação aberta pela PF em São Paulo.
Os agentes cumprem ordens para apurar se o empresário e seu irmão Joesley Batista usaram a própria delação premiada para ganhar dinheiro no mercado financeiro. As informações foram divulgadas primeiramente pelo site da revista VEJA.
Também foi decretada pela Justiça Federal de São Paulo a prisão de seu irmão, já detido desde o último domingo por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin. Segundo a PF, foram expedidos ainda dois mandados de busca e apreensão.
No pedido de prisão, os investigadores enfatizam a existência de provas fartas para comprovar que os dois executivos agiram pessoalmente, negociando ações do grupo e contratos futuros de dólares, dias antes da polêmica delação vir à tona.
Batizada de Tendão de Aquiles, que foi deflagrada inicialmente em 9 de junho, a operação também investiga o diretor jurídico da JBS, Francisco de Assis e Silva, a advogada Fernanda Tórtima, contratada pela empresa, e o ex-procurador da República Marcello Miller, que integrou o grupo de trabalho montado para auxiliar o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, na Lava Jato, de acordo com a revista.
"Após a deflagração da primeira fase da operação, com intensa cooperação institucional com a Comissão de Valores Mobiliários, policiais federais analisaram documentos, ouviram pessoas e realizaram perícias, trazendo aos autos elementos de prova que indicam o cometimento de crimes e apontam autoria aos dois dirigentes das mencionadas empresas", disse a PF em comunicado.