Negócios

Petrobras terá menor importação de gasolina, diz fonte

Companhia aposta em uma nova tecnologia a partir de condensados de gás para reduzir mais as compras do combustível no exterior este ano


	Frentista abastasse carro em um posto de gasolina da Petrobras no Rio de Janeiro
 (Dado Galdieri/Bloomberg)

Frentista abastasse carro em um posto de gasolina da Petrobras no Rio de Janeiro (Dado Galdieri/Bloomberg)

DR

Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 18h36.

Rio de Janeiro - A Petrobras vem intensificando o uso de uma tecnologia de produção de gasolina a partir de condensados de gás associados a novos campos de petróleo, e aposta nessa técnica para reduzir mais as compras do combustível no exterior este ano, disse uma fonte com conhecimento do assunto.

Alterações na logística e um crescimento menos expressivo na demanda por gasolina no país em relação ao ano passado também favorecem uma redução maior do que a projetada nas importações do combustível pela Petrobras, disse a fonte, que falou à Reuters na condição de anonimato.

O movimento nas refinarias e na logística faz parte do esforço da empresa de reduzir a dependência da importação de gasolina e, consequentemente, diminuir a pressão sobre as contas da companhia.

A área de Abastecimento da petroleira tem registrado prejuízos nos últimos anos pela defasagem de preços dos combustíveis em relação aos valores internacionais.

"Há trabalho na otimização do parque (de refino) e numa logística mais eficiente para reduzir a importação. Além disso, a demanda está crescendo em relação ao ano passado num ritmo não tão forte", afirmou a fonte.

Com a produção de gasolina a partir de condensados de gás, a estatal pode reduzir em 10 mil barris/dia a necessidade de importação em 2014, em relação às previsões iniciais, destacou.

Historicamente, nos últimos anos, de acordo com a fonte, as importações de gasolina ficaram na média anual perto de 60 a 70 mil barris/dia.

A Petrobras tem a expectativa de importar este ano algo perto de 200 mil barris/dia de combustíveis (gasolina e diesel), sendo 150 mil barris/dia só de diesel.

Este ano a demanda por diesel e gasolina está crescendo na média em cerca de 4 por cento, enquanto em 2013 estava acima desse patamar, segundo a fonte.

Procurada, a Petrobras não comentou imediatamente a informação.

Condensados

"Não se faz mais gasolina só com petróleo, mas com condensados de gás e de petróleo que permitem isso. Com a entrada de novas plataformas, entram mais no portfólio da empresa condensados...", afirmou a fonte.

Essa fatia do gás associado que pode se transformar em gasolina está presente, de acordo com a fonte, em campos das bacias do Espírito Santo e Santos.

"Dá para produzir mais sem aumentar custos. O condensado dá para fazer boa quantidade de gasolina. A empresa aproveita tudo que é possível, e à medida que entram mais plataformas com gás associado, a produção aumenta."

Paralelamente a essa forma de produzir gasolina, a Petrobras vem trabalhando intensamente para otimizar o parque de refino e para aumentar a produtividade das plantas.

A estatal tem usado cada vez mais nafta para fazer gasolina, reduzindo a dependência externa do combustível.

"A importação de gasolina está substancialmente mais baixa, e diesel é mais caro e complicado de reduzir (a importação)", adicionou.

A perspectiva de redução das importações de diesel, no entanto, será maior a partir da entrada em operação da Refinaria do Nordeste, prevista para novembro deste ano.

"A refinaria nunca esteve tão em pé, tinha gente falando até em antecipar, mas está no cronograma", disse a fonte.

Acompanhe tudo sobre:Capitalização da PetrobrasCombustíveisComércio exteriorEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasGás e combustíveisGasolinaImportaçõesIndústria do petróleoPetrobrasPetróleo

Mais de Negócios

Esta marca brasileira faturou R$ 40 milhões com produtos para fumantes

Esse bilionário limpava carpetes e ganhava 3 dólares por dia – hoje sua empresa vale US$ 2,7bi

Os 90 bilionários que formaram a 1ª lista da Forbes — três eram brasileiros

Eles estudaram juntos e começaram o negócio com R$ 700. Agora faturam R$ 12 milhões