Petrobras tem lucro de R$ 25,8 bi após 4 anos de prejuízos
Em 2017, o resultado foi de perda de R$ 446 milhões; desde 2013, com escândalos da Lava Jato, estatal não apresentava lucros
Reuters
Publicado em 27 de fevereiro de 2019 às 19h47.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2019 às 19h55.
A Petrobras registrou em 2018 lucro líquido de 25,8 bilhões de reais, configurando seu primeiro resultado positivo após uma série de quatro anos consecutivos de perdas que teve início com o escândalo investigado pela Operação Lava Jato em 2014, informou a companhia nesta quinta-feira.
O avanço ocorre após a petroleira ter apresentado prejuízo líquido de 446 milhões de reais em 2017, segundo relatório financeiro da empresa.
No ano, o resultado refletiu o maior lucro operacional e a melhora do resultado financeiro, resultante de menor despesa com juros originados pela redução do endividamento e de maiores receitas financeiros devido aos ganhos com a renegociação de dívidas do setor elétrico.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado no ano passado somou 114,8 bilhões de reais, ante 76,5 bilhões de reais em 2017.
Entre outubro e dezembro de 2018, a empresa reportou lucro líquido de 2,1 bilhões de reais, ante prejuízo de 5,5 bilhões de reais nos últimos três meses de 2017.
De acordo com a petroleira, a queda no lucro líquido na comparação trimestral decorreu das menores margens nas vendas de derivados e ao impacto dos itens especiais. "Excluindo o impacto dos itens especiais, o lucro líquido seria R$ 8,035 bilhões e Ebitda ajustado R$ 31,020 bilhões", apontou a empresa.
A receita líquida somou R$ 92,720 bilhões no quarto trimestre de 2018, alta de 21% na comparação com os R$ 76,512 bilhões nos últimos três meses de 2017, mas queda de 6% frente ao período imediatamente anterior.
No ano, a receita de vendas totalizou R$ 349,836 bilhões, aumento de 23%, refletindo os maiores preços dos derivados no mercado interno, principalmente diesel e gasolina e das exportações, acompanhando o aumento de 31% da cotação do Brent e a depreciação de 14% do real. Apesar do maior volume de vendas de diesel, houve queda no volume total das vendas de derivados no mercado interno em 3% e nas exportações em 10%, em função da menor produção de óleo.