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Petrobras pode ter novo modelo de venda de refinarias em 3 meses, diz CEO

Roberto Castello Branco defendeu ainda que o caixa da estatal seja reduzido de US$ 14 bilhões para US$ 10 bilhões

Petrobras: Estatal teve alta nas ações após resultado positivo em 2018 (NurPhoto/Getty Images)

Petrobras: Estatal teve alta nas ações após resultado positivo em 2018 (NurPhoto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 28 de fevereiro de 2019 às 15h36.

Rio de Janeiro - A Petrobras poderá ter um novo modelo para a venda de suas refinarias em cerca de três meses, disseram executivos da companhia nesta quinta-feira, destacando que o projeto anterior de desinvestimentos em refino não era competitivo.

Em entrevista a jornalistas, o presidente-executivo da Petrobras, Roberto Castello Branco, afirmou que "talvez" tenha condições de anunciar o plano antes mesmo do final do primeiro semestre.

Mais cedo, ele afirmou a analistas que gostaria de ter menos de 50 por cento da capacidade de refino no Brasil, embora não exista uma meta formal.

Castello Branco disse também que a companhia não busca ficar com fatias minoritárias em refinarias. Ou seja, quando vender as participações em refino, deverá vender toda a unidade.

O CEO defendeuainda a redução do caixa da Petrobras para cerca de US$ 10 bilhões, em comparação com os US$ 14 bilhões com que a companhia encerrou o ano de 2018. Em coletiva de imprensa na sede da estatal, Castello Branco defendeu que os recursos sejam empregados em projetos de maior retorno em vez de títulos de baixo risco no mercado financeiro, que pagam juros "baixíssimos".

"No passado, por outras razões, a companhia chegou a trabalhar com um caixa de US$ 25, 26 bilhões. À primeira vista, isso parece um sinal de saúde, mas não é", disse ele. "Aquele capital poderia estar sendo usado em projetos da companhia, com taxa de retorno muito mais avançada. Isso corresponde a um desperdício de recurso", explicou.

O executivo afirmou que é preciso melhorar a alocação de capitais da companhia, direcionando os recursos principalmente para a exploração de petróleo e gás, que são ativos dos quais a Petrobras consegue extrair o máximo retorno.

Castello Branco avaliou que o resultado da Petrobras em 2018 foi muito bom e conseguiu interromper um ciclo de quatro anos de prejuízos consecutivos. "Diria que foi melhor de muitos anos, com obtenção de alguns recordes", disse ele, exemplificando com a a geração de fluxo de caixa livre. "Nossas operações geraram caixa suficiente para pagar nossas obrigações e para financiar nossos investimentos, e o restante para ser dedicado à amortização de divida e pagamento de juros e dividendos aos acionistas". No ano passado, lucro líquido da empresa foi de R$ 25,8 bilhões, o maior desde 2011.

O presidente da Petrobras destacou que os acordos da Petrobras com órgãos da Justiça dos Estados Unidos foram eventos importantes, "pois removeram uma nuvem de incerteza que pairava sobre a companhia". Ele acrescentou ainda a venda da Refinaria de Pasadena: "Esses dois eventos simbolizam a virada de pagina. A companhia inicia um novo ciclo".

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