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Petrobras pagará R$ 1,04 bilhão a funcionários

Estatal pagará participação nos lucros e resultados a todos os empregados, referente aos resultados operacionais e ao cumprimento das metas de produção


	Diante de prejuízo, Petrobras indicou que não pagaria dividendos aos acionistas, o que gerou questionamentos jurídicos
 (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Diante de prejuízo, Petrobras indicou que não pagaria dividendos aos acionistas, o que gerou questionamentos jurídicos (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 28 de maio de 2015 às 20h47.

Rio de Janeiro - Mesmo com prejuízo de R$ 21,5 bilhões no último ano, a Petrobras confirmou que pagará participação nos lucros e resultados a todos os empregados, a um custo total de R$ 1,04 bilhão.

A estatal encaminhou comunicado à Federação Única dos Petroleiros (FUP) reiterando o pagamento definido em acordo coletivo da categoria.

Na assembleia geral da companhia, na última segunda-feira, 25, o pagamento foi alvo de críticas, uma vez que os acionistas não receberão dividendos devido ao prejuízo da companhia, resultado das baixas contábeis e de corrupção na empresa.

O acordo coletivo assinado pela estatal com a federação sinaliza que o pagamento de participações de lucro e resultados (PLR) se refere aos resultados operacionais e ao cumprimento das metas de produção estabelecido pela própria companhia.

Apesar de ter registrado o primeiro prejuízo desde 1991, a companhia encerrou o último ano com uma alta de 5% da produção total de óleo e gás. A estatal também obteve uma receita operacional 11% maior que no ano anterior e um lucro bruto 15% superior a 2013.

Na última quarta-feira, 27, a estatal encaminhou à FUP um comunicado confirmando o pagamento. O documento detalha o cálculo para definir o volume pago aos trabalhadores de todo o Sistema Petrobras, que inclui a estatal e subsidiárias.

A PLR é equivalente à "metade da remuneração do empregado acrescido de metade do menor valor pago da PLR no exercício anterior".

O pagamento foi aprovado pelo Conselho de Administração da empresa, em abril, mas sem consenso entre os integrantes do colegiado. A avaliação de representantes de acionistas minoritários era que, sem lucro, não seria possível realizar o pagamento das participações.

Para o ex-conselheiro Silvio Sinedino, que defendeu no colegiado, em abril, o pagamento das participações, os resultados operacionais "refletem o comprometimento do corpo técnico da Petrobras, que não pode ser confundido com o bando que assaltou a empresa".

No último balanço, a companhia registrou perdas de R$ 6 bilhões em corrupção e aproximadamente R$ 44 bilhões com depreciação de ativos e má gestão. Diante do prejuízo, a companhia indicou que não pagaria dividendos aos acionistas, o que gerou questionamentos jurídicos.

A estatal foi alvo de processos na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por parte de fundos de investimento que pediam a suspensão da AGE ou direito de voto para compensar a perda de dividendos.

Em nota publicada em seu site, a Federação avalia que o pagamento é resultado de uma "luta histórica por regras claras e democráticas para a PLR".

O comunicado também ironiza os questionamentos feitos por acionistas, contrários ao pagamento das participações uma vez que também não seriam remunerados após o prejuízo anunciado.

"Os acionistas da Petrobras bem que tentaram, mas desta vez não receberão dividendos. Revoltados, chegaram a criticar a empresa por agir de forma diferente com os trabalhadores", diz um trecho da nota. Para a associação sindical, os acionistas "choram por dividendos".

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