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Petrobras estuda desinvestimento na BR Distribuidora

A estatal está estudando opções de desinvestimento da sua subsidiária, mas ainda não está definido quando isso será definido


	BR Distribuidora: Petrobras tem um plano de desinvestimento de pouco mais de US$ 13 bilhões de dólares para 2015 e 2016
 (Divulgação)

BR Distribuidora: Petrobras tem um plano de desinvestimento de pouco mais de US$ 13 bilhões de dólares para 2015 e 2016 (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 23 de abril de 2015 às 16h57.

Rio de Janeiro - A Petrobras está estudando opções de desinvestimento da sua subsidiária BR Distribuidora, mas quando isso será definido e se ela terá realmente parte do seu capital vendido ainda está em avaliação pela companhia.

"A BR Distribuidora é um ativo maravilhoso da companhia e a gente está nesse processo de modelagem, a gente não tem nenhuma definição ainda do que levará esse processo no final", afirmou o diretor financeiro da Petrobras, Ivan Monteiro, nesta quinta-feira, em entrevista à Reuters.

Questionado sobre a possibilidade de a BR Distribuidora passar por um processo de IPO (do inglês, oferta pública inicial), o executivo respondeu que, na sua opinião, de forma geral, "processos públicos são muito bem-vindos, por sua transparência e competitividade". Mas ele não quis adiantar se será uma das opções estudadas para a subsidiária de distribuição de combustíveis da Petrobras.

"O IPO é um processo público de precificação, isso sempre nos atrai bastante", afirmou.

A Petrobras tem um plano de desinvestimento de pouco mais de 13 bilhões de dólares para 2015 e 2016, visando a redução da alavancagem, preservação do caixa e concentração nos investimentos prioritários.

De acordo com o executivo, há uma carteira bastante dinâmica de ativos que podem sofrer desinvestimentos. "A modelagem pode indicar uma ou outra solução", afirmou.

INFLUÊNCIA DO GOVERNO

Monteiro também evitou explicar como será a política de preços de combustíveis adotada pela nova diretoria e se ela sofrerá ajustes em relação ao que vinha ocorrendo nos últimos anos, em que a empresa evitou repassar a volatilidade dos mercados futuros globais de petróleo.

De acordo com ele, o próximo plano de negócios terá como premissa a adoção de preços competitivos e de mercado.

Questionado sobre qual será o grau de influência do governo na tomada de decisões da empresa, Monteiro ressaltou que o governo é o acionista controlador, mas que a visão da petroleira é empresarial.

"Cabe à diretoria executiva prestar contas de suas metas, sua performance, no Conselho de Administração, onde estão lá representantes do acionista majoritário e demais acionistas", afirmou o executivo, que preferiu não responder perguntas que não fossem diretamente relacionadas com a sua área, inclusive sobre as relações da empresa com o governo.

OPÇÕES DE FINANCIAMENTOS

Monteiro frisou que as necessidades de financiamento no mercado para 2015 já foram atendidas e, para o próximo ano, podem ser consideradas outras opções da captações de recursos não buscadas nos últimos anos, caso sejam atrativas.

De acordo com ele, há 15 anos que a companhia não visita mercado de renda fixa no Brasil. Ele revelou também "muito interesse" em estudar opções de debêntures de infraestrutura.

"Há 15 anos não existiam debêntures de infraestrtutura como existe hoje. A Petrobras tem a possibilidade de acessar esse mercado e a gente vai estudar isso", afirmou.

Outra opção, de acordo com Monteiro, seria estudar créditos vinculados a exportações, nos mercados canadense, italiano, inglês, norueguês e japonês.

A Petrobras anunciou neste mês uma operação de financiamento por meio de venda e posterior arrendamento de plataformas, com opção de recompra. Segundo Monteiro, essa é uma operação que está de acordo com as premissas da companhia e que pode ser repetida.

Ele descartou, no entanto, qualquer possibilidade de capitalização da companhia, reiterando posição comentada mais cedo, em teleconferência com analistas para comentar os resultados financeiros do ano passado.

PAGAMENTO DE DIVIDENDOS E PLR

Alguns analistas de mercado questionaram a decisão da companhia de não pagar dividendos, diante do prejuízo bilionário de 2014, enquanto os funcionários receberão participação nos lucros e resultados.

Mas Monteiro explicou que o acordo coletivo prevê que, caso os funcionários cumpram determinados itens, como lucro bruto, refino e produção, devem receber participações.

"Dado que existe um acordo e ele está em vigor, a companhia vai pagar a participação que é devida aos seus funcionários, porque eles cumpriram as metas acordadas com a companhia e está previsto no acordo coletivo da categoria", afirmou.

Apesar da crise que atingiu a Petrobras em 2014, por conta do escândalo de corrupção, que resultou em perdas de mais de 6 bilhões de reais, a companhia ampliou a produção de petróleo no ano passado em mais de 5 por cento, superando petroleiras listadas, como a ExxonMobil.

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