Rio de Janeiro - O Conselho de Administração da Petrobras aprovou nesta terça-feira a criação do Comitê Especial que atuará como interlocutor das investigações internas sobre corrupção na empresa, tendo a ministra aposentada do Supremo Tribunal Federal (STF) Ellen Gracie como um de seus três integrantes.
Ellen Gracie foi presidente do STF de 2006 a 2008. O Comitê também será formado por Andreas Pohlmann, advogado formado pela Universidade Goethe, em Frankfurt, Alemanha, que foi diretor de compliance da Siemens AG de 2007 a 2010 e, até novembro de 2011, membro do Conselho da Ferrostaal AG.
O terceiro integrante será o diretor de Governança, Risco e Conformidade, cargo criado pela Petrobras em novembro, para o qual ainda não houve indicação.
O Comitê Especial atuará nas investigações internas independentes conduzidas pelos escritórios Trench, Rossi e Wataname e Gibson, Dunn & Crutcher, informou a Petrobras em comunicado.
O órgão se reportará diretamente ao Conselho de Administração da empresa e terá como responsabilidade aprovar um plano de investigação, receber e analisar informações encaminhadas pelos escritórios e "assegurar que a investigação mantenha independência". O Comitê deverá elaborar um relatório final com as conclusões da investigação, assim como recomendações em relação às políticas internas e procedimentos, informou a estatal.
-
1. 2014 problemático
zoom_out_map
1/11 (Galdieri/Bloomberg)
São Paulo - O primeiro trimestre ainda nem acabou, mas a
Petrobras já acumulou problemas neste período que podem valer para o ano inteiro. Entre processo de investigação de propina, preço das
ações despencando e produção de
petróleo menor, a petroleira dá indícios que não vive um bom momento. Veja, a seguir, 10 enroscos em que a Petrobras já se meteu neste ano:
-
2. Investigação sobre propina
zoom_out_map
2/11 (Sérgio Moraes/Reuters)
-
3. Endividamento bilionário
zoom_out_map
3/11 (REUTERS/Nacho Doce)
A captação de 8,5 bilhões de dólares anunciada pela Petrobras nesta semana deve impactar ainda mais o endividamento da estatal. Segundo reportagem do jornal O Estado de S. Paulo,
a dívida líquida da petroleira deverá passar de 100 bilhões de dólares até 2018. De acordo com o novo plano de negócios quinquenal da Petrobras (2014-2018), 60,5 bilhões de dólares serão levantados em dívida bruta nos próximos cinco anos.
-
4. Queda da produção
zoom_out_map
4/11 (Pedro Lobo/Bloomberg News)
-
5. Multa bilionária
zoom_out_map
5/11 (REUTERS/Sergio Moraes)
-
6. Ações despencaram
zoom_out_map
6/11 (Alexandre Battibugli/EXAME)
-
7. Valor de mercado menor
zoom_out_map
7/11 (Dado Galdieri/Bloomberg)
-
8. Preço do dólar divergente
zoom_out_map
8/11 (Bruno Domingos/Reuters)
Durante evento para divulgar seu plano de investimentos para os próximos cinco anos, a Petrobras afirmou que vai trabalhar com um dólar de 2,23 reais neste ano.
A cotação média do mercado, no entanto, ultrapassa a cifra de 2,40 reais e a diferença está preocupando o mercado, que não consegue entender como a estatal chegou a esse valor.
-
9. Preço do combustível
zoom_out_map
9/11 (Divulgação/Petrobras)
A interferência do governo nos negócios da Petrobras também tem preocupado investidores, principalmente quando o assunto é o polêmico reajuste no preço do combustível.
A fim de não aumentar a inflação, o governo tem segurado os preços e a estratégia tem impactado negativamente a petroleira. A estimativa do mercado é que a empresa tenha deixado de ganhar 1,1 bilhão por não repassar alta do petróleo.
-
10. Independência do governo
zoom_out_map
10/11 (Francois Lenoir/Reuters)
-
11. Agora, veja 20 empresas que dominam o país
zoom_out_map
11/11 (AGÊNCIA BRASIL)