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Petrobras eleva participação de petróleo nacional no refino

A fatia do petróleo brasileiro na carga aumentou cerca de 6% no acumulado ano até o fim de setembro, na comparação com o mesmo período de 2015

Petrobras: de janeiro a setembro, a participação de óleo nacional na carga atingiu 91% do total processado (Sergio Moraes/Reuters)

Petrobras: de janeiro a setembro, a participação de óleo nacional na carga atingiu 91% do total processado (Sergio Moraes/Reuters)

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Reuters

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 18h03.

São Paulo - A Petrobras tem elevado a participação de petróleo nacional na carga processada em suas refinarias com o crescimento da produção no pré-sal, de onde é possível extrair um óleo de melhor qualidade em relação a outras áreas produtoras, informou a estatal nesta sexta-feira em teleconferência para comentar os resultados do terceiro trimestre.

A fatia do petróleo brasileiro na carga aumentou cerca de 6 por cento no acumulado ano até o final de setembro, na comparação com o mesmo período de 2015, segundo dados da Petrobras.

De janeiro a setembro, a participação de óleo nacional na carga atingiu 91 por cento do total processado, enquanto no terceiro trimestre foi a 93 por cento do total, marcando o quarto trimestre consecutivo de aumento.

A alta favoreceu a otimização de ativos logísticos, acrescentou a Petrobras.

Por outro lado, houve redução no fator de utilização das refinarias de 93 por cento no terceiro trimestre de 2015 para 80 por cento no período de três meses até setembro de 2016, uma vez que houve uma queda na produção de derivados de mais de 10 por cento entre um período e outro, diante da recessão econômica que afetou o consumo interno e de maiores importações pelo país.

Reajustes

A Petrobras pode fazer mais de um ajuste de preços de combustíveis em um período de um mês, dependendo da volatilidade de variáveis como preço do petróleo e câmbio, que são levadas em conta na nova política da empresa, admitiu nesta sexta-feira o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Celestino, em teleconferência com investidores, ao ser questionado sobre o assunto.

Celestino lembrou que nova política de preços anunciada em outubro prevê a prática de avaliação de um eventual reajuste pelo menos uma vez por mês, o que não impede, portanto, que o Grupo Executivo de Mercado e Preços da empresa realize mais de um reajuste em um mês.

Ele respondia a uma questão sobre o impacto do dólar, que subiu fortemente nos últimos dois dias, na decisão de se realizar um novo reajuste.

Na última terça-feira, a companhia voltou a reduzir seus preços de gasolina e diesel, citando uma queda de sua participação de mercado em meio a crescentes importações pelos concorrentes.

A nova política de preços da Petrobras vem sendo celebrada pelo mercado, uma vez que dá mais transparência sobre um divisão da empresa que sofreu forte interferência política do sócio controlador no passado, com consecutivos prejuízos.

Baixas de ativos

Os diretores da Petrobras também foram questionados sobre eventual impacto de atrasos em projetos para a produção futura da estatal, que fez uma baixa contábil bilionária no terceiro trimestre, resultando em prejuízo líquido de 16,5 bilhões de reais no período.

Do total das baixas, 2,8 bilhões de reais se referem a problemas com equipamentos vinculados à atividade de produção de óleo e gás, principalmente pela incerteza na entrega de cascos para as plataformas P-71, P-72 e P-73.

Dessas três plataformas, apenas a P-71 está no horizonte do plano de investimentos, com expectativa de produção em 2021,segundo a Petrobras.

Mas executivos da estatal disseram que esse atraso na P-71 não impacta a produção, uma vez que há tempo de a companhia encontrar alternativas.

No caso das outras duas plataformas, elas não entrariam em operação no período compreendido pelo plano, e por isso não há impactos.

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