Negócios

Petrobras eleva em 12% carteira potencial de desinvestimentos

O objetivo atual da estatal é levantar 21 bilhões de dólares no biênio 2017-2018, dos quais 4,5 bilhões de dólares foram atingidos até o momento

Parente: "Nós acabamos de aumentar a nossa carteira potencial de desinvestimentos em 5 bilhões de dólares" (Bruno Kelly/Reuters)

Parente: "Nós acabamos de aumentar a nossa carteira potencial de desinvestimentos em 5 bilhões de dólares" (Bruno Kelly/Reuters)

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Reuters

Publicado em 21 de dezembro de 2017 às 18h19.

Última atualização em 21 de dezembro de 2017 às 18h34.

São Paulo - A Petrobras elevou em 12 por cento o valor da carteira potencial de ativos que podem ser vendidos, para 47 bilhões de dólares, o que traz maior flexibilidade para que a empresa atinja a meta de desinvestimento traçada, afirmou nesta quinta-feira o CEO da petroleira, Pedro Parente.

O objetivo atual da estatal é levantar 21 bilhões de dólares no biênio 2017-2018, dos quais 4,5 bilhões de dólares foram atingidos até o momento. A meta faz parte de suas iniciativas para lidar com sua enorme dívida, a maior do mundo para uma petroleira.

"Nós acabamos de aumentar a nossa carteira potencial de desinvestimentos em 5 bilhões de dólares", disse Pedro Parente, ao apresentar o Plano de Negócios e Gestão 2018-2022 da empresa, em uma cerimônia no Palácio do Planalto, ao lado do presidente Michel Temer.

O executivo afirmou ainda que a empresa tem uma perspectiva muito boa para o cumprimento da meta de desalavancagem ao fim de 2018, que busca reduzir o indicador dívida líquida sobre Ebitda Ajustado de 3,2 vezes no terceiro trimestre de 2017 para 2,5 vezes em 2018.

A apresentação do plano em Brasília, com Temer, foi um movimento incomum, já que o detalhamento de resultados ou metas para o futuro da empresa normalmente é realizado em prédios da petroleira no centro do Rio de Janeiro.

Desde que assumiu a petroleira estatal, Parente diz que tem independência para tomar decisões em prol da recuperação da empresa, o que tem sido amplamente aprovado pelo mercado.

Questionado na coletiva de imprensa se o movimento poderia ser mal interpretado pelo mercado, Parente negou e explicou que o evento foi uma prestação de contas ao acionista controlador da Petrobras, o governo federal.

"Como presidente da empresa, viemos aqui fazer uma prestação de contas ao principal acionista da nossa empresa. É disso que se trata... Não vejo como isso possa arranhar essa autonomia, nada mudou", frisou Parente.

Cessão onerosa

Durante conversa com jornalistas, o executivo explicou ainda que a negociação sobre as áreas do pré-sal que foram cedidas à Petrobras como parte do processo de capitalização da empresa, em 2010, conhecidas como Cessão Onerosa, ainda estão no campo informal.

A empresa já criou uma comissão interna para discutir o tema com o governo, mas o acionista controlador ainda irá anunciar a formação de sua comissão.

No contrato assinado à época, a Petrobras pagou cerca 42 bilhões de dólares ao governo e recebeu o direito de produzir até 5 bilhões de barris na região.

No entanto, desde o início ficou acordado que um acerto de contas seria feito após a declaração de comercialidade das áreas, para rever parâmetros como rentabilidade futura dos campos, com base na variação do câmbio e do barril do petróleo.

No fim do processo, a Petrobras poderá ser credora no governo federal, conforme já afirmou Parente anteriormente.

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