Petrobras e sindicato negociam vagas de emprego que foram pivô da greve
Fábrica de fertilizantes no Paraná foi fechada e 396 funcionários foram demitidos, o que levou à paralisação de quase um mês
Estadão Conteúdo
Publicado em 27 de fevereiro de 2020 às 18h32.
Última atualização em 27 de fevereiro de 2020 às 18h32.
Representantes da Petrobras e da Federação Única dos Petroleiros (FUP) estão reunidos com o ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Ives Gandra, em Brasília, para negociar o futuro dos empregados da Araucária Nitrogenados (Ansa), no Paraná. O Sindiquímica-PR também participa da reunião.
A estatal anunciou o fechamento da Ansa no dia 14 de janeiro e o início das demissões a partir do dia 14 deste mês. A empresa informou o desligamento de 396 funcionários. A FUP fala em mais 600 empregados indiretos, o que totaliza 1 mil desempregados com o encerramento da fábrica de fertilizantes.
A proposta do sindicato é que eles sejam transferidos para outras unidades da Petrobras. "Nada justifica as demissões de empregados de uma empresa 100% Petrobras quando a falta de efetivo, muitas vezes denunciada pela FUP nas reuniões das comissões, tem colocado vidas em risco nas unidades operacionais diariamente", afirmou a federação em nota divulgada em sua página na internet.
A Petrobras argumenta que não é possível incorporar os empregados da Ansa porque não são concursados. A reunião desta quinta é a segunda intermediada pelo ministro Gandra e diz respeito especificamente à Ansa.
Outra aconteceu na última sexta-feira, 21, durante a qual a estatal e sindicalistas chegaram a um consenso sobre alguns pontos do acordo coletivo e consequências para os funcionários e sindicatos pelos 20 dias de greve deste mês.
A FUP diz que a paralisação está suspensa, mas não foi cancelada. "Ainda há muito o que ser feito pela garantia dos empregos dos petroleiros da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR), que estão com as demissões suspensas até o dia 6 de março", afirmou.