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Petrobras divulga informações operacionais positivas

O mercado aguardava a divulgação do Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do terceiro trimestre, o que não foi apresentado

Petrobras: os dados do anúncio divulgados na verdade já eram conhecidos mês a mês, a estatal só fez um consolidado (Pedro Lobo/Bloomberg News)
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Da Redação

Publicado em 15 de novembro de 2014 às 21h05.

Rio - Depois de perder o prazo para a divulgação do balanço financeiro referente ao terceiro trimestre, que venceu na última sexta-feira, a Petrobras publicou anúncio em jornais com uma espécie de satisfação à opinião pública. Pressionada pelo mercado financeiro, que aguarda seus frágeis dados contábeis, e pelas investigações da Polícia Federal, que expõem a dimensão e o impacto da corrupção no caixa da empresa, a estatal optou por divulgar apenas as informações operacionais positivas - o único aspecto que ainda mantém a companhia de pé.

O mercado aguardava a divulgação do Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do terceiro trimestre, o que não foi apresentado. A divulgação dos dados sem indicadores financeiros e sem a revisão dos auditores indica que a companhia tenta dar resposta aos críticos, mostrando que não está paralisada, e indicar ao mercado que, apesar das denúncias de corrupção e da delicada situação financeira, a companhia mantém os fundamentos operacionais firmes.

Os dados operacionais mostram o esforço da companhia em ampliar a produção de óleo e derivados, única estratégia possível para aliviar seus resultados financeiros diante do represamento de preços dos combustíveis que a companhia enfrentou por três anos. Mas o crescimento na produção no terceiro trimestre não significa que a estatal atingirá a meta deste ano, já que a média do primeiro trimestre de 2014 foi baixa.

Os dados do anúncio divulgados na verdade já eram conhecidos mês a mês, a estatal só fez um consolidado. A companhia ainda iniciará a produção de mais uma plataforma este ano. Desde janeiro, outras quatro foram colocadas em atividade e estão operando na capacidade máxima, que sustenta resultados positivos. No entanto, os dados financeiros devem vir ruins quando forem finalmente conhecidos, por conta do câmbio. No trimestre em questão, o impacto da queda do petróleo não será sentido em intensidade, porque só ocorreu no final de setembro.

As menções sobre as investigações da Operação Lava Jato também não trazem novidade, foram uma espécie de apanhado do que a empresa já havia manifestado em comunicados e fatos relevantes nas últimas semanas.

Números

O anúncio informa que, no terceiro trimestre deste ano, a produção de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu a média de 2,090 milhões de barris por dia (bpd), 9% acima do mesmo período de 2013. Ao mesmo tempo, a produção de gás natural aumentou 7% em relação ao trimestre anterior. O pré-sal manteve bom desempenho, alcançando novo recorde de produção em 28 de outubro, quando foram registrados 640 mil bpd no pré-sal das bacias de Campos e Santos, com 31 poços produtores. Essas vazões incluem a parcela operada pela Petrobras para empresas parceiras.

Já a produção de derivados nas refinarias do País atingiu 2,204 milhões bpd no terceiro trimestre, 4% maior que a produção do ano anterior. A carga processada chegou a 2,138 milhões de bpd, sendo 80% do volume total de petróleo processado provenientes de campos brasileiros. Óleo diesel e gasolina representaram 62% de todo o volume produzido nas refinarias.

A demanda de gás natural no Brasil alcançou 97,7 milhões m3/dia, em função, principalmente, do aumento da geração termelétrica a gás natural. No 3º trimestre de 2014, a geração termelétrica a gás natural fornecida pela Petrobras atingiu 7,7 GW médios, sendo 4,6 GW médios de geração própria. A geração de 7,7 GW médios foi 35% superior aos 5,7 GW médios gerados no mesmo período do ano anterior. A maior oferta de gás natural nacional, que alcançou 45,6 milhões m3/dia no 3º trimestre de 2014, 14% maior que o realizado no mesmo período do ano anterior, permitiu o atendimento da demanda crescente e a redução em 16% da necessidade de importação de gás natural liquefeito (GNL), cujos volumes também foram trazidos a menores custos.

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Rio - Depois de perder o prazo para a divulgação do balanço financeiro referente ao terceiro trimestre, que venceu na última sexta-feira, a Petrobras publicou anúncio em jornais com uma espécie de satisfação à opinião pública. Pressionada pelo mercado financeiro, que aguarda seus frágeis dados contábeis, e pelas investigações da Polícia Federal, que expõem a dimensão e o impacto da corrupção no caixa da empresa, a estatal optou por divulgar apenas as informações operacionais positivas - o único aspecto que ainda mantém a companhia de pé.

O mercado aguardava a divulgação do Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do terceiro trimestre, o que não foi apresentado. A divulgação dos dados sem indicadores financeiros e sem a revisão dos auditores indica que a companhia tenta dar resposta aos críticos, mostrando que não está paralisada, e indicar ao mercado que, apesar das denúncias de corrupção e da delicada situação financeira, a companhia mantém os fundamentos operacionais firmes.

Os dados operacionais mostram o esforço da companhia em ampliar a produção de óleo e derivados, única estratégia possível para aliviar seus resultados financeiros diante do represamento de preços dos combustíveis que a companhia enfrentou por três anos. Mas o crescimento na produção no terceiro trimestre não significa que a estatal atingirá a meta deste ano, já que a média do primeiro trimestre de 2014 foi baixa.

Os dados do anúncio divulgados na verdade já eram conhecidos mês a mês, a estatal só fez um consolidado. A companhia ainda iniciará a produção de mais uma plataforma este ano. Desde janeiro, outras quatro foram colocadas em atividade e estão operando na capacidade máxima, que sustenta resultados positivos. No entanto, os dados financeiros devem vir ruins quando forem finalmente conhecidos, por conta do câmbio. No trimestre em questão, o impacto da queda do petróleo não será sentido em intensidade, porque só ocorreu no final de setembro.

As menções sobre as investigações da Operação Lava Jato também não trazem novidade, foram uma espécie de apanhado do que a empresa já havia manifestado em comunicados e fatos relevantes nas últimas semanas.

Números

O anúncio informa que, no terceiro trimestre deste ano, a produção de petróleo da Petrobras no Brasil atingiu a média de 2,090 milhões de barris por dia (bpd), 9% acima do mesmo período de 2013. Ao mesmo tempo, a produção de gás natural aumentou 7% em relação ao trimestre anterior. O pré-sal manteve bom desempenho, alcançando novo recorde de produção em 28 de outubro, quando foram registrados 640 mil bpd no pré-sal das bacias de Campos e Santos, com 31 poços produtores. Essas vazões incluem a parcela operada pela Petrobras para empresas parceiras.

Já a produção de derivados nas refinarias do País atingiu 2,204 milhões bpd no terceiro trimestre, 4% maior que a produção do ano anterior. A carga processada chegou a 2,138 milhões de bpd, sendo 80% do volume total de petróleo processado provenientes de campos brasileiros. Óleo diesel e gasolina representaram 62% de todo o volume produzido nas refinarias.

A demanda de gás natural no Brasil alcançou 97,7 milhões m3/dia, em função, principalmente, do aumento da geração termelétrica a gás natural. No 3º trimestre de 2014, a geração termelétrica a gás natural fornecida pela Petrobras atingiu 7,7 GW médios, sendo 4,6 GW médios de geração própria. A geração de 7,7 GW médios foi 35% superior aos 5,7 GW médios gerados no mesmo período do ano anterior. A maior oferta de gás natural nacional, que alcançou 45,6 milhões m3/dia no 3º trimestre de 2014, 14% maior que o realizado no mesmo período do ano anterior, permitiu o atendimento da demanda crescente e a redução em 16% da necessidade de importação de gás natural liquefeito (GNL), cujos volumes também foram trazidos a menores custos.

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