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Petrobras colhe impressões de analistas sobre preço das ações

A empresa perguntou aos analista quanto da meta de US$ 21 bilhões em desinvestimentos e parcerias para o período 2017-2018 deverá ser cumprida

Petrobras: "É uma boa iniciativa, mostra uma preocupação deles de entender o mercado", disse analista (Petrobras/Divulgação)

Petrobras: "É uma boa iniciativa, mostra uma preocupação deles de entender o mercado", disse analista (Petrobras/Divulgação)

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Reuters

Publicado em 5 de junho de 2017 às 17h52.

São Paulo - A Petrobras realizou nesta segunda-feira uma pesquisa junto a analistas na qual foram apresentadas questões que buscam entender a visão do mercado sobre as metas da companhia, como as de desinvestimentos, produção e endividamento, bem como sobre o valor das ações da estatal.

Segundo um exemplar da pesquisa visto pela Reuters, a Petrobras perguntou aos presentes, em seu encontro com investidores realizado em São Paulo, quanto da meta de 21 bilhões de dólares em desinvestimentos e parcerias para o período 2017-2018 deverá ser cumprida.

A companhia também pediu ao público, formado principalmente por analistas financeiros, que respondesse qual deve ser a produção de petróleo da Petrobras no Brasil em 2021 e qual seria um nível de endividamento adequado para a companhia.

O valor das ações da Petrobras também foi alvo de duas perguntas. Em uma, a empresa questiona se seus papéis têm sido negociados no mercado com prêmio, deságio ou com cotação justa diante do valor da companhia.

Posteriormente, a Petrobras pergunta qual evento pode afetar mais as ações --as renegociações da cessão onerosa, o progresso nas parcerias e vendas de ativos ou a "materialização de contingências", incluindo ação de investidores nos Estados Unidos contra a estatal (class action).

Um analista de mercado disse à Reuters que consultas como essas não são muito comuns, mas também não chegam a ser uma exceção. Segundo ele, a iniciativa indica que a estatal quer entender como o mercado tem visto as ações da direção da companhia e o nível de realismo de suas metas.

"Acho que eles estão tentando convergir o mercado para um consenso. Uma das grandes discussões hoje era como sustentar o ritmo de produção com queda do investimento, e querem ver se o mercado e os analistas em geral estão acreditando", disse um analista de um grande banco estrangeiro, sob anonimato.

"É uma boa iniciativa, mostra uma preocupação deles de entender o mercado", disse outro analista, que também falou sob anonimato.

No encontro com investidores nesta segunda-feira, o presidente da Petrobras, Pedro Parente, disse que a estatal testou seu Plano de Negócios em diversos cenários e segue com projeção de bater suas metas, principalmente a de redução do endividamento.

"Testamos nosso plano para um grande número de situações de estresse... onde o preço do petróleo e o câmbio nós estressamos para situações diferentes, para pior do que aquelas que vivemos hoje, e ainda assim vimos que termos certo grau de gestão", disse Parente, no dia em que a companhia anunciou que quer aderir ao Nível 2 da B3, como forma de fortalecer a governança.

A Petrobras pretende reduzir sua alavancagem para uma relação entre dívida líquida e geração de caixa (Ebitda) de 2,5 vezes até 2018, ante 5,1 em 2015 e 3,2 no primeiro trimestre de 2017.

Em termos de produção, a Petrobras prevê sair de 2,62 milhões de barris de óleo equivalente/dia (boed) de petróleo e gás em 2017 para um total de 3,41 milhões de boed em 2021, dos quais 3,34 milhões de boed no Brasil.

Questionada sobre o levantamento com os analistas, a Petrobras disse que está consolidando os dados.

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