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Petrobras buscará alavancagem menor em novo plano, diz Itaú BBA

Empresa acredita ser possível atingir meta, de 2,5 vezes, até fim de 2018, com o preço do petróleo mais alto do que quando plano atual foi projetado

Petrobras: plano de negócios 2019-2023 da companhia deve ser publicado em novembro (Paulo Whitaker/Reuters)
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Reuters

Publicado em 17 de agosto de 2018 às 16h46.

Rio de Janeiro - A Petrobras deverá trazer uma meta de alavancagem mais próxima de seus pares globais, em seu plano de negócios 2019-2023, que deve ser publicado em novembro, segundo relatório do Itaú BBA , que citou como fonte o diretor-executivo da Área Financeira e de Relacionamento com Investidores da estatal.

Rafael Grisolia esteve reunido na manhã desta sexta-feira com analistas de mercado, disse o banco. Durante a reunião, o executivo sinalizou que a nova meta para o indicador de alavancagem, medido por dívida líquida sobre Ebitda, poderá ser de 1 a 1,5 vez no futuro.

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Dessa forma, a empresa teria um nível de alavancagem "mais compatível com o nível pares internacionais", e isso estaria disponível no anúncio do próximo plano de negócios, planejado para novembro, disse relatório do Itaú BBA.

A empresa acredita ser possível atingir a atual meta, de 2,5 vezes, até o fim deste ano, uma vez que os preços do petróleo estão mais altos do que quando o plano de negócios atual foi projetado, explicou o banco.

A manutenção da meta ocorre apesar de impedimentos para a conclusão de importantes vendas de ativos, como da área de refino, além da Transportadora Associada de Gás (TAG), após decisão cautelar do ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal ( STF ), pela qual a venda de ações depende de autorização legislativa.

Na reunião, Grisolia reiterou que a Petrobras não cancelou o seu plano de desinvestimentos, que tem como um dos seus principais objetivos reduzir a dívida da empresa, mas que precisou suspender por questões legais.

"A empresa continuará buscando formas de otimizar seu portfólio de ativos, vendendo os de menor retorno e investindo em ativos de maior retorno", afirmou o relatório do Itaú.

Cessão onerosa

Grisolia também afirmou aos analistas que as negociações com o governo a respeito de áreas do pré-sal cedidas pela União à estatal em 2010, mediante contrato conhecido como cessão onerosa, estão muito avançadas e que a necessidade da aprovação no Congresso de uma lei sobre o tema é "o principal obstáculo" para a conclusão.

O contrato da cessão onerosa cedeu à Petrobras o direito de explorar até 5 bilhões de barris de óleo equivalente em determinadas áreas do pré-sal . Na época, a empresa pagou 74,8 bilhões de reais por esse direito.

No entanto, uma renegociação do valor pago estava previsto desde o início, depois que as áreas fossem declaradas comerciais, considerando variações de câmbio e dólar.

O projeto de lei, que já foi aprovado na Câmara e precisa ser votado no Senado, resolve alguns entraves para a negociação e ainda abre caminho para um mega leilão dos volumes de petróleo encontrados pela Petrobras que excedem os 5 bilhões de barris.

"Na visão da administração, ainda é possível concluir este ano se a lei for aprovada", disse o Itaú.

Combustíveis

Durante a reunião com analistas, Grisolia também comentou recente decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de colocar em consulta pública uma minuta de resolução que poderá obrigar a Petrobras a publicar uma fórmula utilizada para definir preços de combustíveis.

"O CFO esclareceu que não existe uma fórmula 'absoluta' que determine os preços. Ele mencionou que a Petrobras participará da audiência pública para acrescentar suas contribuições e melhorar essa resolução", disse o Itaú.

Além disso, o executivo frisou aos analistas que a empresa buscará lucratividade se o programa de subsídio ao diesel terminar, defendendo que todos os acionistas, incluindo o governo, devem ter rentabilidade.

"Eles continuarão a buscar níveis compatíveis com a política internacional de preços", disse o Itaú.

(Reportagem adicional de Paula Laier)

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