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Perfuração em Lula e Guará custará US$ 70 bi, avalia BG

Segundo o executivo, a Petrobras e a BG estão trabalhando para reduzir o tempo médio de perfuração de poços nos campos do pré-sal

Apesar dos grandes desafios envolvidos no pré-sal, o executivo destacou que o Brasil é um dos mercados-chave para a BG em todo o mundo (Luiz Dantas/VEJA)

Apesar dos grandes desafios envolvidos no pré-sal, o executivo destacou que o Brasil é um dos mercados-chave para a BG em todo o mundo (Luiz Dantas/VEJA)

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Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2011 às 16h28.

São Paulo - A BG do Brasil, parceira da Petrobras em diversos projetos no pré-sal, estima que a perfuração de poços nos campos de Guará e Lula demandará investimentos de até US$ 70 bilhões nos próximos anos. O número é uma estimativa do presidente da BG no País, Nelson Silva, com base no custo médio atual de perfuração de um poço na região. "Para o desenvolvimento completo dos campos de Lula e Guará será necessário perfurar 350 poços. Em uma conta simples, vemos que os investimentos nessa parte podem chegar a US$ 70 bilhões", disse o executivo, durante palestra na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo o executivo, a Petrobras e a BG estão trabalhando para reduzir o tempo médio de perfuração de poços nos campos do pré-sal, em águas ultraprofundas. Silva lembrou que o primeiro poço perfurado na área levou 400 dias. Hoje, esse prazo já caiu para 180 dias, porém ainda aquém do nível que as companhias consideram ideal. "Para se ter uma ideia, o custo diário da perfuração de um poço é de US$ 1 milhão. Ou seja, o custo de perfurar apenas um poço na região do pré-sal chega a US$ 180 milhões", destacou o presidente da BG. Até hoje, as duas empresas já perfuraram 28 poços na região.

Além disso, o executivo afirmou que, neste momento, 13 navios-plataforma (FPSO) estão planejados para a exploração dos campos do pré-sal. O primeiro deles já está em operação e é o FPSO Angra dos Reis, que está produzindo 25 mil barris por dia (bpd) no campo de Lula (ex-Tupi). "A expectativa é de que a plataforma alcance uma produção de 80 mil barris por dia ao final de 2011", disse Silva. O segundo navio-plataforma está previsto para entrar em operação em março de 2013 no campo de Guará Sul. O terceiro, programado para maio de 2013, irá explorar o campo de Tupi Nordeste.

Dos 13 navios-plataforma, oito estão sendo construídos no Brasil, em um estaleiro localizado no Rio Grande do Sul. De acordo com Silva, o investimento em cada FPSO é de US$ 5 bilhões. "Só o campo de Lula precisará de 10 FPSO. Ou seja, o aporte total é de US$ 50 bilhões", disse.

Apesar dos grandes desafios envolvidos no pré-sal, o executivo destacou que o Brasil é um dos mercados-chave para a BG em todo o mundo, tendo em vista que um terço da produção de óleo e gás natural da companhia virá do País até 2020. "A produção no Brasil será de 550 mil bpd até 2020, um terço da produção total da companhia", destacou o executivo. Silva também lembrou que os atuais projetos do pré-sal irão permitir que o Brasil dobre a sua capacidade de produção de petróleo no período, alcançando 5 milhões de bpd.

GNL

O presidente da BG no Brasil afirmou que a decisão sobre a construção de uma unidade de gás natural liquefeito (GNL) embarcada em plataformas do pré-sal deve sair em outubro deste ano. O projeto que está sendo estudado pela Petrobras, BG, Galp e Repsol seria uma das maneira de se transportar o gás produzido nos campos do pré-sal. "Um dos grandes problemas da produção de óleo e gás é encontrar o destino para o gás. Porque, se isso não ocorrer, não poderemos produzir petróleo na máxima capacidade", afirmou Nelson Silva.

De acordo com ele, as companhias realizaram em paralelo três estudos de engenharia para este projeto, e a sinalização é de que o investimento possa girar em torno de US$ 4,5 bilhões a US$ 5 bilhões. "Se a decisão for positiva sobre o investimento, a unidade teria capacidade de produzir 3 mil toneladas de GNL por ano", disse.

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