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PDG faz feirão para desovar imóveis

Um dos motivos para a realização do feirão é que 28% do estoque diz respeito a unidades prontas, que geram custos adicionais para a companhia

Obras da PDG: o feirão da incorporadora terá duração de 30 dias (Jonne Roriz/EXAME)
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Da Redação

Publicado em 12 de novembro de 2014 às 14h40.

São Paulo - Com R$ 3,74 bilhões de imóveis novos em estoque, a incorporadora PDG , que está entre as maiores do país, vai começar neste fim de semana uma campanha nacional para vender uma parte dessas unidades, com descontos de até 30%.

O feirão da PDG terá duração de 30 dias e será anunciado em propaganda no intervalo do programa Fantástico, durante horário nobre, na noite de domingo.

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Um dos motivos para a realização do feirão é que 28% do estoque diz respeito a unidades prontas, que geram custos adicionais para a companhia, como manutenção e condomínio. Outros 23% ficarão prontos até o fim deste ano - daí a necessidade de agilizar as vendas.

A região Sudeste concentra 56,7% do estoque da PDG. O restante está espalhado em regiões onde a incorporadora optou por reduzir sua presença ou sair completamente, como Nordeste (17,1%), Norte (11,5%), Sul (8,4%) e Centro-Oeste (6,3%).

"Vai ser uma campanha com descontos para todos os empreendimentos", disse Antônio Guedes, diretor de operações da PDG, em entrevista ao Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado. "Os descontos serão mais agressivos nas praças em que já anunciamos que não temos mais planos de atuar", afirmou o executivo, citando Goiânia, Cuiabá, Campo Grande e Manaus.

No ano passado, a empresa anunciou um plano de reestruturação, que envolvia foco dos negócios na região Sudeste.

Tendência

Desovar imóveis em estoque não é exclusividade da PDG. Essa é uma tendência, principalmente entre as grandes construtoras e incorporadoras de capital aberto, que nos últimos anos cresceram demais e tiveram de reestruturar suas operações - deixando praças pouco rentáveis ou tendo de revender imóveis cujos compradores perderam a capacidade de entrar em financiamentos.

No fim do primeiro trimestre, por exemplo, seis grandes companhias de capital aberto (Rossi, Cyrela, Gafisa, Brookfield, Even e MRV) somavam estoques de imóveis avaliados em R$ 23,7 bilhões de reais - 10,2% mais que nos primeiros três meses de 2013.

As construtoras estão também mais rígidas na aprovação das vendas para evitar que, no momento do repasse, os bancos não concedam crédito aos compradores, gerando novos cancelamentos de vendas, os chamados distratos.

Futuro

A PDG não tem meta oficial de novos projetos para o ano, que deve totalizar lançamentos em nível muito parecido com os de 2013, quando atingiram R$ 2 bilhões, afirmou o executivo. "Nós não anunciamos meta e não temos o compromisso de lançar. Só vamos fazer, se o mercado estiver bom. Caso contrário vamos esperar", disse Antônio Guedes.

A PDG foi uma das que mais sofreu na crise que se abateu sobre o setor imobiliário nos últimos dois anos. Nesse período, ela mudou sua equipe de executivos, reduziu drasticamente suas operações e caminha para sanar sua situação financeira no período de dois a três anos.

A dívida líquida da PDG no fim do segundo trimestre era de R$ 7,1 bilhões. A alavancagem (relação entre dívida e patrimônio líquido) está em 138%. "A entrega das obras será o principal motivo para a virada do caixa. Temos menos de 150 canteiros de obras. Serão 60 no início de 2015", afirma Guedes.

No último trimestre, a incorporadora teve prejuízo de R$ 135,3 milhões. A receita foi de R$ 925,9 milhões.

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