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Parte das construtoras manteve o pé no freio no 2º trimestre

Sete entre as maiores construtoras do país reduziram os lançamentos no período na comparação com o mesmo trimestre de 2012


	Rossi: companhia tem focado seus esforços em empreendimentos voltados ao público de renda média e média alta
 (Divulgação)

Rossi: companhia tem focado seus esforços em empreendimentos voltados ao público de renda média e média alta (Divulgação)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 19 de agosto de 2013 às 08h10.

São Paulo – O ano passado não foi dos melhores para o setor de construção civil, muitas companhias precisaram colocar o pé no freio e reduzir o número de empreendimentos lançados no período. A recuperação esperada para 2013, no entanto, não tem sido unanime para todas elas e parte das construtoras está apresentando números ainda menores na comparação com 2012.

Sete das maiores companhias do mercado de construção reduziram o volume de lançamentos no segundo trimestre do ano. A Rossi foi a que apresentou a maior queda, cerca de 80% na comparação com o mesmo  trimestre do ano anterior. Os lançamentos da construtora totalizaram 164 milhões de reais, um ano antes, a cifra havia superado o montante de 860 milhões de reais no período.

A MRV também apresentou queda significativa no volume de lançamentos entre os meses de abril e junho, mais de 40%, de acordo com dados da própria companhia. Os novos empreendimentos  totalizaram 634 milhões de reais,um ano antes, a cifra havia superado o patamar de 1 bilhão de reais. 

Segundo Luiz Paulo Pompeia, diretor da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos do Patrimônio), é importante lembrar que o setor é cíclico e quando há uma produção muito grande, na sequência, há redução. Foi justamente isso que ocorreu com a MRV, a empresa  mineira justificou que a queda nos lançamentos foi estratégica para que a companhia desovasse os estoques.

“O mercado imobiliário é assim, não tem outro jeito. Tivemos produções recordes entre os anos de 2010 e 2011 – a maior desde 1985 -, em 2012, observamos uma retração do setor e, neste ano, o cenário deve ser bem parecido com o do ano passado. O ritmo deve ficar mais cadenciado mesmo”, disse Pompeia, em entrevista à EXAME.com.


Bem localizados

Para Roberto Patiño, gerente da área de transações da Jones Lang LaSalle, consultoria especializada no mercado imobiliário, outro fator que justifica a retração nos lançamentos é o fato de as construtoras estarem focadas na busca de terrenos mais bem localizados. “O que percebemos é que com a acomodação de valores e demanda, é melhor o que está mais bem localizado”, disse. 

A Rossi afirmou em seu balanço que tem focado seus esforços para lançar novos empreendimentos em regiões como São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro, onde já possui histórico de atuação e tem concentrado em produtos voltados ao público de segmentos de renda média e média alta – ou seja, em imóveis com maior valor agregado. 

Embora algumas companhias tenham apresentando retração nos lançamentos, segundo dados do Secovi-SP, na cidade de São Paulo, o número de unidades lançadas no primeiro semestre do ano cresceu na comparação com o mesmo período de 2012 de 9.224 unidades para 13.983 unidades , alta de mais de 50%. 

Veja a tabela com a queda nos lançamentos de sete das maiores construtoras do país:

Construtoras Lançamentos 2º trimestre 2013 Lançamentos 2º trimestre de 2012 Variação
MRV R$ 634 milhões R$ 1,06 bilhão -41%
Gafisa R$ 461 milhões R$ 546 milhões -16%
Direcional R$ 446 milhões R$ 470 milhões -5,1%
Rossi R$164 milhões R$ 864 milhões -81%
Helbor R$ 238 milhões R$ 306 milhões -22,2%
Rodobens R$ 206 milhões R$ 241 milhões -14,5%
Trisul R$ 110 milhões R$ 145 milhões -24,1%
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