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Parente na presidência cria nova leva de indefinições na BRF

Parente deixou a Petrobras no início de junho e, desde então, a pressão para que ele assuma a dona das marcas Sadia e Perdigão só faz crescer

Parente: sua provável escolha como novo presidente da BRF impulsionou os papeis após o fechamento do pregão (Patricia Monteiro/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 14 de junho de 2018 às 06h05.

Última atualização em 14 de junho de 2018 às 06h50.

Uma reunião do conselho de administração da fabricante de alimentos BRF deve confirmar, nesta quinta-feira, Pedro Parente como novo presidente executivo da companhia.

Parente foi eleito presidente do conselho de administração da BRF no final de abril e, desde então, discutia-se nos bastidores a possibilidade de ele assumir a presidência executiva quando deixasse a presidência da Petrobras, onde tinha contrato até março de 2019. Mas a greve dos caminhoneiros e a interferência do governo na gestão da estatal precipitaram as coisas: Parente deixou a Petrobras no início de junho e, desde então, a pressão para que ele assuma a dona das marcas Sadia e Perdigão só faz crescer.

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A notícia de sua provável confirmação, que começou a pipocar na noite de ontem, animou os investidores. Durante o pregão os papeis da companhia chegaram a cair 6%, mas subiram 2,63% após o fechamento do mercado na bolsa de Nova York. A BRF não comentou a informação. A empresa acumula desvalorização de cerca de 45% neste ano, afetada por eventos como a operação Carne Fraca, a suspensão de exportações de frango para a União Europeia, a imposição de sobretaxas pela China sobre importações brasileiras e as indefinições na gestão.

A nomeação resolve um problema e cria uma nova leva de indefinições. Primeiro, ele precisaria de um de aval da Comissão de Ética da Presidência da República porque cumpre uma quarentena obrigatória de seis meses após deixar a Petrobras. Em segundo lugar, para assumir a presidência executiva ele teria que deixar a presidência do conselho, cargo para o qual foi eleito como o salvador da pátria por unanimidade dos acionistas.

Segundo EXAME apurou, um dos prováveis substitutos na presidência do conselho é Luiz Fernando Furlan, ex-ministro do governo Lula e acionista histórico da BRF. Outra possibilidade, mais natural, é que o vice-presidente do conselho, Augusto Cruz, assuma a cadeira. Mas Cruz, ex-presidente do Grupo Pão de Açúcar, não é um nome que agrada Abilio Diniz, o ex-presidente do conselho da BRF. A troca pode, segundo pessoas próximas à companhia, até abrir brechas para que seja necessário eleger novamente o conselho de administração, que acabou de ser formado.

A reunião de hoje seria a primeira para valer do novo grupo, com o objetivo número um de escolher um novo executivo para comandar a empresa. Não esperava-se que o favorito fosse justamente o chairman da companhia. Mas nada é simples para a maior exportadora de frangos do planeta.

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