Parceria com Delta ajudará GOL em voos para os EUA
A empresa, que tem disputado mês a mês a liderança do mercado doméstico com a TAM, deve levar a briga para um novo nível
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2012 às 20h35.
São Paulo - O interesse da Gol em voar para os Estados Unidos é visto como natural por especialistas, e a parceria com a Delta Airlines dará à companhia aérea brasileira a capilaridade necessária para tornar a rota atrativa.
A empresa, que tem disputado mês a mês a liderança do mercado doméstico com a TAM, deve levar a briga para um novo nível, ainda que a crença é de que existe espaço para ambas diante de um mercado promissor.
A Gol solicitou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) uma consulta sobre a disponibilidade de 14 frequências semanais para os EUA e sete para a Venezuela.
Esse é o primeiro passo para a concessão das frequências, visto que é preciso uma série de outras exigências legais. Entre elas está o requerimento do Hotran, documento em que a empresa aérea declara os aeroportos de origem e destino, frequência, horários, aeronave a ser utilizada e outros dados técnicos.
"A Gol precisa voar para grandes pólos para usufruir de uma boa rede de conexão com a Delta", afirma o professor especialista em transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Afonso dos Santos Senna.
Em 7 de dezembro, a Delta Airlines e a Gol anunciaram uma parceria estratégica em que a companhia aérea norte-americana faria um aporte de capital de 100 milhões de dólares na empresa brasileira, ficando com uma parcela minoritária de 2,9 a 3 por cento no capital da Gol.
O investimento da Delta, uma das maiores companhias aéreas do mundo, amplia o seu acesso ao maior mercado de aviação da América Latina. Ao mesmo tempo, dá à Gol mais capital e uma importante sócia com malha internacional.
Entre os principais aeroportos que são importantes centros de distribuição de voos (hubs) da Delta estão Atlanta, Cincinnati, Detroit, Memphis, Nova York e Salt Lake City.
"(Voar para os EUA) é imperativo para empresas que querem se firmar como de grande porte. O mercado está cada vez mais competitivo e há uma demanda reprimida", acrescenta Senna.
Venezuela - As sete frequências para a Venezuela também citadas pela Gol teriam uma importância fundamental nos planos da companhia em chegar aos EUA. Isso porque a própria empresa afirmou que os estudos prevêem o uso de aviões já existentes, mais precisamente o 737 Next Generation, "não havendo previsão, neste momento, de nenhum equipamento adicional".
"Se a Gol fizer escala entre o Brasil e os EUA, ela não precisaria de um avião novo", explica o analista Leonardo Nitta, do BB Investimentos.
O 737 da Boeing tem apenas um corredor e não costuma ser utilizado em rotas de longa distância sem paradas.
Para o professor Senna, da UFRGS, a iniciativa da Gol em chegar ao mercado norte-americano tem uma explicação simples: "A ideia deles é diversificar a receita, e as margens em viagens internacionais são maiores".
Espaço para todos - Para os especialistas consultados pela Reuters, o mercado de aviação entre Brasil e EUA é grande bastante para comportar Gol e TAM.
"O mercado está crescendo muito, ainda mais com os eventos dos próximos anos, que trarão muita gente para o Brasil", lembra o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, referindo-se à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
"Veremos um crescimento da demanda dos dois lados, e para a Gol esta é uma forma de crescer e competir com a TAM, e voltar a ter o que a Varig tinha e se perdeu", lembra Galdi.
Quando a Gol anunciou a aquisição da Varig, em 2005, um dos objetivos da compra, segundo a própria companhia, era a utilização dos autorização para pousos e decolagens internacionais da Varig, que durante anos teve a maior fatia desse mercado. Mas o plano foi deixado de lado e atualmente a Gol voa somente para países da América do Sul e Caribe.
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, diz que com mais empresas voando para os EUA, a concorrência aumenta. "E isso sempre pode gerar redução de preço", observa.
Segundo dados da Anac, a TAM teve em janeiro, entre as companhias aéreas brasileiras, participação de 86,71 por cento nos voos internacionais, enquanto a Gol ficou com 11,78 por cento de market share.
A TAM voa para a América do Sul, México, EUA e cinco países da Europa e está em processo de fusão com a chilena LAN para criar a Latam, maior empresa aérea latino-americana.
São Paulo - O interesse da Gol em voar para os Estados Unidos é visto como natural por especialistas, e a parceria com a Delta Airlines dará à companhia aérea brasileira a capilaridade necessária para tornar a rota atrativa.
A empresa, que tem disputado mês a mês a liderança do mercado doméstico com a TAM, deve levar a briga para um novo nível, ainda que a crença é de que existe espaço para ambas diante de um mercado promissor.
A Gol solicitou à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) uma consulta sobre a disponibilidade de 14 frequências semanais para os EUA e sete para a Venezuela.
Esse é o primeiro passo para a concessão das frequências, visto que é preciso uma série de outras exigências legais. Entre elas está o requerimento do Hotran, documento em que a empresa aérea declara os aeroportos de origem e destino, frequência, horários, aeronave a ser utilizada e outros dados técnicos.
"A Gol precisa voar para grandes pólos para usufruir de uma boa rede de conexão com a Delta", afirma o professor especialista em transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Luiz Afonso dos Santos Senna.
Em 7 de dezembro, a Delta Airlines e a Gol anunciaram uma parceria estratégica em que a companhia aérea norte-americana faria um aporte de capital de 100 milhões de dólares na empresa brasileira, ficando com uma parcela minoritária de 2,9 a 3 por cento no capital da Gol.
O investimento da Delta, uma das maiores companhias aéreas do mundo, amplia o seu acesso ao maior mercado de aviação da América Latina. Ao mesmo tempo, dá à Gol mais capital e uma importante sócia com malha internacional.
Entre os principais aeroportos que são importantes centros de distribuição de voos (hubs) da Delta estão Atlanta, Cincinnati, Detroit, Memphis, Nova York e Salt Lake City.
"(Voar para os EUA) é imperativo para empresas que querem se firmar como de grande porte. O mercado está cada vez mais competitivo e há uma demanda reprimida", acrescenta Senna.
Venezuela - As sete frequências para a Venezuela também citadas pela Gol teriam uma importância fundamental nos planos da companhia em chegar aos EUA. Isso porque a própria empresa afirmou que os estudos prevêem o uso de aviões já existentes, mais precisamente o 737 Next Generation, "não havendo previsão, neste momento, de nenhum equipamento adicional".
"Se a Gol fizer escala entre o Brasil e os EUA, ela não precisaria de um avião novo", explica o analista Leonardo Nitta, do BB Investimentos.
O 737 da Boeing tem apenas um corredor e não costuma ser utilizado em rotas de longa distância sem paradas.
Para o professor Senna, da UFRGS, a iniciativa da Gol em chegar ao mercado norte-americano tem uma explicação simples: "A ideia deles é diversificar a receita, e as margens em viagens internacionais são maiores".
Espaço para todos - Para os especialistas consultados pela Reuters, o mercado de aviação entre Brasil e EUA é grande bastante para comportar Gol e TAM.
"O mercado está crescendo muito, ainda mais com os eventos dos próximos anos, que trarão muita gente para o Brasil", lembra o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, referindo-se à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro.
"Veremos um crescimento da demanda dos dois lados, e para a Gol esta é uma forma de crescer e competir com a TAM, e voltar a ter o que a Varig tinha e se perdeu", lembra Galdi.
Quando a Gol anunciou a aquisição da Varig, em 2005, um dos objetivos da compra, segundo a própria companhia, era a utilização dos autorização para pousos e decolagens internacionais da Varig, que durante anos teve a maior fatia desse mercado. Mas o plano foi deixado de lado e atualmente a Gol voa somente para países da América do Sul e Caribe.
O presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, diz que com mais empresas voando para os EUA, a concorrência aumenta. "E isso sempre pode gerar redução de preço", observa.
Segundo dados da Anac, a TAM teve em janeiro, entre as companhias aéreas brasileiras, participação de 86,71 por cento nos voos internacionais, enquanto a Gol ficou com 11,78 por cento de market share.
A TAM voa para a América do Sul, México, EUA e cinco países da Europa e está em processo de fusão com a chilena LAN para criar a Latam, maior empresa aérea latino-americana.