Parceria: American Airlines e Gol fecham parceria de codeshare exclusivo (Array/Reprodução)
Gabriel Aguiar
Publicado em 15 de setembro de 2021 às 19h16.
Última atualização em 15 de setembro de 2021 às 19h17.
Se a American Airlines foi trocada pela Latam no início do ano passado – os latino-americanos fecharam parceria com a Delta –, agora, veio o troco: a companhia anunciou acordo de codeshare exclusivo com a Gol Linhas Aéreas. Para isso, foram investidos 200 milhões de dólares (1,05 bilhão de reais) na brasileira, em troca de 5,2% de participação. Mas o que isso significa para os clientes e passageiros?
Esse movimento dá acesso privilegiado ao mercado nacional justamente com uma das principais empresas do setor, que detém slots nos principais hubs do país, diz David Goldberg, sócio da consultoria de aviação Terrafirma. Por outro lado, a American Airlines também injetou dinheiro nos cofres da parceira bem em meio à crise (no segundo trimestre de 2021, a Gol teve prejuízo de 1,2 bilhão de reais).
Como princípio básico do codeshare, passageiros poderão voar com ambas companhias como se fossem uma única empresa. Ou seja: emissões de passagens e benefícios de programas de fidelidade podem ser compartilhados. Do ponto de vista operacional, há outras vantagens, como aumento da capilaridade em países da América do Sul e nos Estados Unidos sem novos investimentos em infraestrutura.
“Em vez de duas estruturas ociosas, as operações são unificadas para aproveitar melhor a capacidade e isso pode baixar os preços para o consumidor final. Considerando o momento de pandemia, com todas as incertezas em relação à retomada do mercado internacional, é importante para somar os esforços”, afirma Thiago Nykiel, CEO da Infraway Engenharia, especialista em infraestrutura e aviação.
No caso das malhas de American Airlines e Gol, os trajetos são complementares – com ambas as redes combinadas, os passageiros poderão viajar para mais de 30 destinos nos Estados Unidos e mais de 20 destinos na América do Sul. Sendo assim, com o aumento de produtividade e de volume, haverá melhor competitividade frente a outras companhias aéreas que operam esses mesmos trajetos
“Não há riscos do ponto de vista concorrencial e estamos longe de criar um monopólio. Além disso, as parcerias são interessantes porque permitem que as empresas do setor se reergam financeiramente e saiam dos prejuízos gigantescos que tiveram durante a pandemia. Em vez de gastar dinheiro para criar uma operação internacional, a Gol pode focar totalmente no mercado doméstico”, diz Nykiel.
Para os passageiros que fazem parte dos programas de fidelidade AAdvantage, da American Airlines, e Smiles, da Gol, haverá sinergia de benefícios, como check-in, segurança e embarque prioritários, além de maior franquia de bagagem despachada, acesso às salas VIP e assentos preferenciais em ambas companhias. Além disso, as empresas querem aprimorar as maneiras de ganhar e resgatar pontos.