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Para veterano da Emirates, demanda por viagens vai voltar rapidamente

Com a retomada esperada pela maior aérea de longa distância do mundo para 2021, toda a frota de jatos Airbus A380 poderia voltar a voar até o início de 2022

Aviões da Emirates: retorno da demanda (Getty Images/Getty Images)

Aviões da Emirates: retorno da demanda (Getty Images/Getty Images)

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Juliana Estigarribia

Publicado em 25 de novembro de 2020 às 11h47.

Última atualização em 25 de novembro de 2020 às 16h59.

A Emirates espera forte recuperação da demanda por viagens aéreas no próximo ano com a distribuição global de vacinas contra o coronavírus. Com isso, toda a frota de jatos Airbus A380 poderia voltar a voar até o início de 2022.

O progresso na produção e transporte de vacinas deve ficar evidente até o segundo trimestre do próximo ano, disse Tim Clark, presidente da Emirates, em entrevista à Bloomberg TV nesta quarta-feira, 25. Isso pode liberar a demanda reprimida “em todos os segmentos”, estimulada por pessoas que adiaram planos de viagem durante a pandemia, afirmou.

“Consigo ver a demanda por viagens se movendo rapidamente”, disse Clark. “Minha opinião, e sempre otimista, é que no final do próximo ano ou no primeiro trimestre de 2022 teremos todos os nossos A380 voando.”

A demonstração de confiança do veterano do setor aéreo contrasta com a deterioração das perspectivas para as operadoras, que enfrentam a pior crise da indústria. Os pedidos de recuperação judicial ocorrem em ritmo recorde e, na terça-feira, 24, a Associação Internacional de Transporte Aéreo estimou prejuízo de 157 bilhões de dólares para as operadoras neste ano e no próximo por causa do impacto da pandemia nas viagens.

A demanda por voos da Emirates, maior aérea de longa distância do mundo, praticamente secou em suas principais rotas. A companhia de Dubai é a maior cliente do A380, cujo tamanho tornou o jato particularmente inviável. O custo de armazenamento e manutenção da frota contribuiu para o prejuízo de 3,8 bilhões de dólares da empresa nos seis meses até setembro.

‘Muito caro’

“O que temos que continuar a enfrentar é o custo de transporte da frota do A380, que é muito caro para nós”, disse Clark. A operadora disse no início do mês que usou alguns dos superjumbos ociosos para o transporte de carga, enquanto algumas outras aeronaves têm transportado passageiros. No entanto, a maioria da frota de 115 jatos permanece aterrada.

Clark havia dito anteriormente que o desenvolvimento de uma vacina seria chave para a retomada dos voos com o A380. A Emirates receberá três jumbos desse modelo até o final do ano e pelo menos um deles terá cabine econômica premium, disse o executivo na quarta-feira. Outros cinco aviões serão entregues em data posterior.

A Emirates não sabe quando a Boeing entregará seu novo jato 777X após uma série de atrasos, pois o modelo ainda não foi certificado.

“Não faço ideia”, disse Clark. “Deveriam ter sido entregues em junho deste ano, depois em 2021, depois em 2022. O programa de certificação não foi finalizado, tanto de fuselagem quanto de motor.”

A introdução de vacinas ainda exigirá que companhias aéreas e governos estabeleçam regras sobre a necessidade de vacinação para voar. Alan Joyce, CEO da Qantas Airways, disse que sua companhia aérea tornaria isso uma “necessidade”.

Ainda é “cedo” para tomar uma posição sobre isso, disse Clark. “É provável que sejam os próprios países que decidirão sobre os requisitos.”

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